Coordenadoria de Comunicação Social

Universidade Federal de Pelotas

Epidemiologia mapeia saúde coletiva em Pelotas

30 de Janeiro de 2009


Graças à participação da população pelotense, os alunos do Mestrado em Epidemiologia da Universidade Federal de Pelotas (UFPel) puderam concluir com sucesso pesquisas que estudam a saúde de aproximadamente 3,5 mil indivíduos, crianças ou idosos. Quatorze alunos estudaram temas voltados para a saúde, com enfoques diversos, mas com um mesmo objetivo: conhecer melhor a situação da saúde da população de Pelotas.

Uma amostra representativa da população da cidade, englobando pessoas de diferentes idades e classes sociais, foi questionada a respeito de temas como: doenças (angina de peito, pressão alta, sintomas articulares crônicos, capacidade funcional de idosos, constipação intestinal, patologias oculares e felicidade e bem estar), comportamento (doação de sangue), fatores de risco para a saúde (insegurança alimentar, sedentarismo e violência urbana), uso de serviços médicos e odontológicos, além de felicidade e bem estar. A partir desses estudos, devem ser publicados 14 artigos científicos em revistas especializadas.

Foi através de um consórcio de pesquisa, com o objetivo de abranger diferentes áreas da saúde, que o trabalho se desenvolveu. Neste consórcio, os pesquisadores são alunos (mestrandos), que contam com o apoio de professores orientadores, desde o início do estudo até a defesa da dissertação.

A professora Maria Cecília Assunção coordenou o trabalho de coleta de dados do grupo, que efetuou um amplo levantamento da situação de saúde em Pelotas e que fica disponível a toda população e aos gestores.

 

PARTICIPANTES

            Entre os alunos estão os médicos Alethéa Zago, Diogo Scalco, Gisele Nader, Leonardo Alves, Maria Aurora César, Vanessa Louise Coletti, Vera Silva e Victor Castagno. O grupo conta também com a nutricionista Janaína Vieira dos Santos, a psicóloga Suélen da Cruz, a cirurgiã-dentista Maria Beatriz Camargo, assim como com os licenciados em Educação Física, Alan Knuth, Giovâni Del Duca e Suele Manjourany Silva .

            “Neste momento é importante destacar e agradecer a todos que participaram das pesquisas, pois mesmo com a atual situação de insegurança, abriram a porta de casa para os entrevistadores e responderam aos questionários” lembra a nutricionista Janaína dos Santos. “Sem estas pessoas, nossos trabalhos não seriam possíveis”, disse o médico Diogo Scalco. “Toda vez que um entrevistador do Centro de Pesquisas Epidemiológica da UFPel bater à  porta de um cidadão, que ele o receba, pois só assim poderemos seguir mapeando a situação de saúde de nossa cidade e colaborando para que os responsáveis pelo planejamento das ações em saúde possam atuar com medidas acertadas”, completou a nutricionista.           

           

ALGUNS RESULTADOS DOS ESTUDOS

- 32%  dos pelotenses adultos já doaram sangue alguma vez na vida, sendo que 7,7% o fizeram no último ano (o objetivo do Ministério da Saúde, em 2003, era de alcançar uma prevalência de 2% da população doadora de sangue) e 3,6% são doadores fidelizados;

 

- 30% apresentam constipação intestinal (popularmente, prisão de ventre ou intestino preso), sendo as mulheres mais acometidas do que os homens (sabe-se que práticas não saudáveis de auto-medicação, como uso de laxantes, contribuem para que os indivíduos sofram mais de prisão de ventre);

 

- 50% das pessoas de 20 anos ou mais e uma em cada três pessoas com 50 anos ou mais não realizou nenhuma consulta oftalmológica nos últimos 5 anos;

 

- cerca de 36% dos adultos não fazem qualquer atividade física no lazer e, considerando sedentário todo adulto que não atingiu a quantidade de 150 minutos semanais de atividades (somando o lazer, trabalho, deslocamentos ou atividades domésticas), mais da metade (52%) dos pelotenses são sedentários;

 

- 42% das mulheres e 29% dos homens têm sintomas articulares crônicos (principalmente “dor nas juntas”), eles estão presentes em 19% dos adultos com 20 a 29 anos e vão se tornando mais freqüentes à medida que a idade avança;

 

- 73% das pessoas consideraram-se felizes, as pessoas de maior nível econômico e com mais anos de estudos compõem maior parte desse grupo (indivíduos vivendo em situação de desemprego mostraram-se menos felizes).

            Outros resultados dos estudos podem ser conferidos na página do Centro de Pesquisas (WWW. epidemio-ufpel.org.br), acessando o linck Press Releases -dissertações de mestrado.

 

Seção: Notícias