Coordenadoria de Comunicação Social

Universidade Federal de Pelotas

MEC sinaliza com ajuda à UFPel, em contrapartida a gerenciamento responsável e bons projetos

12 de Abril de 2013

juntos.jpg A UFPel recebeu nesta semana comitiva do Ministério da Educação (MEC), integrada pela diretora de Desenvolvimento da Rede de Instituições Federais de Ensino Superior, Adriana Weska, pela coordenadora geral de Gestão de Pessoas, Dulce Tristão, e pelo sub-secretário de Assuntos Administrativos, Antônio Leonel Cunha. A visita iniciada nesta sexta-feira(12) teve como objetivo verificar in loco as deficiências na infraestrutura da Instituição.

Até o meio-dia de sábado, foi desenvolvida intensa agenda que colocou em discussão as diversas demandas da UFPel, incluindo a problemática da área física e de recursos humanos, que necessita acompanhar a expansão verificada no número de cursos e de estudantes.

gabinete.jpg Depois de um breve encontro no Gabinete da Reitoria, na sexta-feira pela manhã, os representantes do MEC assistiram a explanações do reitor Mauro Del Pino e dos pró-Reitores de Planejamento e Desenvolvimento e de Gestão de Recursos Humanos, respectivamente Luiz Osório Rocha dos Santos e Sérgio Batista Christino, que traçaram um diagnóstico dos problemas estruturais das diversas unidades acadêmicas e administrativas.

mauro.JPG Del Pino descreveu as metas da gestão Reconstrução, eleita com a proposta de uma Universidade mais participativa e democrática. “Vivemos um momento de intenso crescimento, que, no entanto, deve contemplar a qualidade que todos almejamos. Esta qualidade é estruturante do compromisso social da Instituição”, observou o reitor.

Infraestrutura

 osorio.jpgA exposição da área de Planejamento e Desenvolvimento enfatizou as precariedades da infraestrutura herdada da gestão anterior, apresentando à comitiva do MEC um conjunto de demandas. Segundo Luiz Osório, o diagnóstico do espaço físico aponta a falta de manutenção preventiva de prédios, trazendo como consequência a urgência de manutenção corretiva.

No quesito área física os dados apresentados mostram um recrudescimento na dispersão de áreas da UFPel na cidade, uma vez que a antiga gestão priorizou a aquisição de terrenos e prédios antigos que, apesar dos recursos investidos, não representam solução a curto e médio prazos. A maioria dos imóveis está em desuso ou subutilizada. “É notória a baixa efetividade dos investimentos realizados, bem como a falta de manutenção preventiva dos ambientes”, justifica o pró-reitor.

Dos 15 imóveis adquiridos com recursos do Reuni, entre 2007 e 2012, num investimento de R$ 11,9 milhões, não há sequer um prédio que esteja em uso acadêmico até o momento. Por outro lado, a UFPel gasta anualmente R$ 3,3 milhões com a locação de imóveis, cujo custo anual de manutenção supera os R$ 6 milhões.

A pulverização de áreas físicas acarreta despesas contínuas (vigilância, portaria, IPTU, taxas de água e luz) que impactam o orçamento da Universidade, cujo déficit projetado para 2013 é de R$ 62,8 milhões.

Recursos Humanos

 christino1.jpgNa área de Recursos Humanos, foi apresentada a situação de pessoal técnico-administrativo e o desequilíbrio no quadro docente, uma vez que a distribuição das vagas geradas pelo Programa Reuni foi feita sem planejamento e diálogo com as unidades. A evolução acadêmica apresenta um desequilíbrio, pois embora, no período 2007-2013, tenha havido um crescimento no número de cursos, na ordem de 80%, e o número de alunos tenha crescido mais de 120%, o número de docentes cresceu apenas 41,6% e o de técnico-administrativos apenas 3,6%. Há também uma grande defasagem no quadro de servidores da área de Tecnologia da Informação.

Estratégias e ações

Se a situação herdada da gestão anterior caracteriza um quadro caótico, a atual administração concentrou todas as forças na elaboração de um diagnóstico estrutural, que já lhe permite apontar prioridades. No âmbito da Instituição, as estratégias e ações estão voltadas ao ajuste gradativo das despesas ao orçamento (a meta é reduzir em 30% as despesas contínuas e cobrir o déficit anual de R$ 15 milhões do Hospital Escola), à racionalização dos espaços disponíveis, bem como à rápida ampliação do número de cotistas e à implementação de políticas acadêmicas coerentes.

Em parceria com o MEC, são buscados o equilíbrio orçamentário; recuperação da qualidade dos espaços existentes, com a necessária reforma e adequação; conclusão de obras para bibliotecas; construção de espaços acadêmicos compartilhados (aulários); construção de moradia estudantil; construção de restaurante universitário; construção dos três blocos previstos para o Hospital Escola; construção de auditório; construção de espaços de convivência; e garantia de segurança e acessibilidade aos prédios da Universidade e licenciamento de seus usos.

A palavra do MEC

 adriana.JPGEm seu pronunciamento, Adriana Weska saudou a disposição da nova gestão de democratizar as discussões internas da UFPel, e  elogiou o diagnóstico realizado pelas pró-reitorias e os indicadores acadêmicos apresentados. Ela reconheceu que existem dificuldades a serem transpostas, decorrentes da grande expansão verificada pelo Programa Reuni e que, em alguns casos, levou a um crescimento desordenado.

“Vivenciamos outro processo de redemocratização: o acesso à educação superior no país”, disse, destacando os aspectos positivos do Programa. Segundo ela, a ampliação pode não ter sido acompanhada pela conclusão e reforma de espaços físicos e pela contratação de recursos humanos no índice necessário. “Houve um lapso temporal, mas tudo se resolve”, observou a diretora, sinalizando com a possibilidade de suporte do MEC para vários pleitos da UFPel.

Ela ponderou que a expansão da Universidade deveria fortalecer os campi já existentes e que a implantação do Reuni na UFPel poderia ter sido mais tranquila – “os campi tem que ser por área de conhecimento, com pelo menos cinco cursos”, observou. Segundo Adriana, algumas universidades foram mais bem sucedidas na implantação do Reuni porque dispunham de espaços físicos ociosos.

A executiva do MEC disse que as deficiências são resultado de um momento de mudança e que gestão alguma chega a algum lugar, mas sim a comunidade acadêmica como um todo. “É dar as mãos e trabalhar arduamente, pois a comunidade de vocês agora tem vez, voz e voto”, acentuou. Nascida no RS, ela disse confiar na garra do gaúcho para superar problemas.

Adriana aconselhou a realização de bons projetos, para os quais sempre haverá recursos,  e a busca da unidade em torno da qualidade e da Academia.

visita-anglo.jpg  casa-estudante.jpg No final a manhã, a comitiva visitou instalações do campus Porto. A tarde foi destinada a visitação a algumas unidades, como ICH e Casa do Estudante,  em um tour pela área portuária e central, onde estão a maioria dos imóveis adquiridos pela Universidade e ainda sem uso acadêmico. Pelo pouco tempo disponível, a maior parte dos locais foi vista apenas em sua área externa.

  veterinaria.jpg campus-cl.jpg cgic.jpg Houve uma interessante visita às instalações da antiga AABB, onde estão provisoriamente alojados e tendo parte de suas aulas os alunos da turma especial de Veterinária, vinculada ao projeto UFPel/Incra/Pronera. O ponto final do roteiro foi o campus Capão do Leão, com ênfase para as obras interrompidas da Biblioteca Central e Centro de Informática (CGIC).

1304201310151.jpg Na manhã de sábado, houve novo encontro na Reitoria para o fechamento da agenda, com entrega de planos de trabalho e demais encaminhamentos.  A comitiva retornou a Brasília no início da tarde.

Seção: Notícias