A professora Ana Cláudia Vieira, da Faculdade de Enfermagem da UFPel, participou, na última semana, do 3º Simpósio Internacional de Neonatologia de Porto Alegre e 4ª Jornada de Enfermagem Neonatal, promovido pela PUC-RS. Além de convidados nacionais de renome, o evento contou com destacados palestrantes estrangeiros, como Heidelise Als (Harvard University/USA), Josesf Neu (University of Florida/USA), Ola Saugstad (University of Oslo/Norway).
Ana Cláudia, que é enfermeira e doutora em Saúde da Criança palestrou na 4ª Jornada de Enfermagem Neonatal sobre o tema O Programa NIDCAP e a Enfermagem, onde discorreu sobre a teoria Síncrono-ativa, desenvolvida pela pesquisadora americana Heidelise Als, coincidentemente presente ao evento. O Nidcap – Programa de Avaliação e de Cuidados Individualizados voltados para o Desenvolvimento do Neonato,foi criado numa tentativa de reduzir o impacto negativo do ambiente da UTI Neonatal no bebê prematuro fora do útero materno.
“Graças aos conceitos apregoados pelo Programa, as taxas de sobrevivência dos recém-nascidos prematuros têm aumentado drasticamente”, observa a docente da UFPel. Segundo ela, o programa estabelece uma espécie de contraponto ao ambiente tradicional da UTI Neonatal, que impõe a separação dos pais, o excesso de estímulos e procedimentos invasivos e dolorosos, enquanto os recém-nascidos prematuros esperam herdar três ambientes seguros: o útero materno, o colo dos pais e do grupo familiar e a comunidade.
Além da redução do impacto negativo do ambiente da UTI Neonatal, o Nidcap busca também aumentar as competências do bebê prematuro, a confiança dos pais e a satisfação da equipe de saúde. Envolve educação e treinamento específico em observação e avaliação, requer um compromisso multidisciplinar para definição da equipe e o registro clínico baseado na observação detalhada do recém-nascido, e proporciona capacidade de interação social dos profissionais da saúde das UTIs Neonatais e do ambiente físico da mesma.
Nesse sentido, o Programa apregoa uma mudança na cultura de cuidados institucionais, responsabilidade e compromisso ético, respeito ao recém-nascido prematuro e sua família e práticas de trabalho colaborativo.
(Na foto, Ana Cláudia e a pesquisadora americana Heidelise Als)
