Coordenadoria de Comunicação Social

Universidade Federal de Pelotas

UFPel forma professores municipais no curso “Mama África”

25 de Novembro de 2008


           Ocorre nesta quinta-feira(27), às 19h, no Clube Cultural Fica Ahí, na rua Marechal Deodoro, 368, o encerramento do curso de formação continuada “Mama África”, Programa Buscando as Origens, realizado pela UFPel. A atividade está formando 25 professores da rede municipal em conteúdos sobre a cultura negra, que já estão sendo aplicados nas escolas, em diversas disciplinas. A UFPel é pioneira entre as universidades brasileiras no oferecimento deste tipo de formação, que atende ao cumprimento de legislação federal de 2003, que determina que a cultura negra, e também a indígena, deva ser conteúdo obrigatório nas escolas de todos os níveis.

            O encerramento será marcado pela palestra “Socialização e cidadania entre os senufos da Costa do Marfim: África Negra”, proferida pelo professor Fábio Leite, doutor em Sociologia pela USP, docente da linha de pesquisa Sociologia da África Negra no programa de pós-graduação em Sociologia da USP e ligado ao Centro de Estudos Africanos daquela universidade paulista. Na oportunidade, Leite estará lançando seu livro “A questão ancestral”. Ele é considerado “expert” em sua área pela Unesco e publicou vários trabalhos sobre a África Negra, onde realizou pesquisas de campo durante os quatro anos que permaneceu no continente, de 1978 a 1981, dedicando seus estudos principalmente aos iorubas, agni-akans e senufos.

            O curso de formação, realizado pela Pró-Reitoria de Extensão e Cultura da UFPel, começou no segundo semestre de 2007, numa iniciativa da Secretaria Municipal de Educação(SME). A partir de 2008, a atividade passou para a responsabilidade da UFPel que, conforme o pró-reitor de Extensão e Cultura, professor Vitor Hugo Manzke, deverá promover nova edição em 2009, devido à demanda registrada.

            De acordo com uma das coordenadoras da atividade, Danielle Almeida, os conteúdos trabalhados no curso giram em torno das culturas da África e do Brasil, abrangendo temas como história da África, trajetória da tomada de consciência do negro brasileiro, o negro na imagem, arte e educação, sincretismo religioso e catolicismo popular, religiões de matriz africana e umbanda, o negro no Rio Grande do Sul e educação tradicional africana.

            As atividades do projeto não se restringem à sala de aula e aos professores que fazem o curso. Marcadas pelo envolvimento familiar nas escolas, são realizadas comunicações e palestras sobre temas afins ao curso, como africanidades, explicou Danielle, o que expande para as casas dos alunos da rede os conhecimentos passados.  

            As aulas do curso são dadas por estudiosos e especialistas da área, como professores, pós-graduandos e graduandos da UFPel e de outras instituições.   

Seção: Notícias