O reitor da UFPel, Mauro Del Pino, e membros da gestão receberam, na tarde desta quinta-feira (17), os representantes do Fórum COTASSIM, coletivo que reúne diferentes entidades e movimentos sociais locais.
A visita teve o objetivo de discutir a aplicação da Lei 12.711, de 29 de agosto de 2012, e o número de cotas ofertados na última seleção da UFPel realizada através do Sistema de Seleção Unificada (SiSU) que, de acordo com o Fórum, não condiz com a proposta elaborada pelo Fórum COTASSIM, apresentada para o Conselho Universitário da Universidade no dia 13 de novembro e posteriormente aprovada pelo Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão (COCEPE).
O SiSU utilizou dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) para estabelecer a reserva de vagas étnico-raciais. Segundo o IBGE, o percentual de 16,8% do total da população gaúcha se autodeclara pretos, pardos e indígenas. A proposta aprovada pela UFPel prevê que 40% das vagas sejam reservadas para estudantes que cursaram o ensino médio em escolas públicas, sendo metade destas vagas para estudantes com renda familiar menor ou igual a um salário mínimo e meio per capita e a outra metade para estudantes com renda superior. Estas duas vertentes dividem-se em outras duas metades, uma para estudantes autodeclarados negros, pardos e indígenas e outra para estudantes não autodeclarados. A proposta também conta com a reserva de vagas específicas para indígenas, quilombolas e comunidades tradicionais.
De acordo com a pró-reitora de graduação, Fabiane Tejada da Silveira, a proposta será colocada em prática nas próximas seleções do SiSU e do PAVE. “Já estamos trabalhando no sentido de garantir que a proposta aprovada pelo COCEPE seja utilizada nas próximas seleções”, disse.
O reitor Mauro Del Pino também garantiu que a proposta será implementada no próximo processo e sinalizou a necessidade de uma investigação científica para a avaliação do sistema de cotas e do processo de adaptação dos alunos cotistas, bem como a criação de uma política de acompanhamento e tutoria com a participação dos integrantes do Fórum. “A investigação torna-se necessária para que as políticas da Universidade estejam de acordo com as reais necessidades da população e de suas camadas excluídas”, disse.
Na sequência foi acertada uma parceria entre a Universidade e o Fórum para a formação de uma equipe com o objetivo de fazer a acolhida dos novos estudantes que fazem a matrícula entre os dias 18 e 22 de janeiro.