Este é o último final de semana para assistir a apresentação do espetáculo Casa de Ilusões, espetáculo da turma de formandos 2012/2 do Curso de Teatro - Licenciatura da UFPel. Apresentações dias 15 e 16/12, sábado e domingo, às 21h. Retirada de senhas - às 20h30min ou reservas pelo e-mail moirastein@uol.com.br. Local: Tablado – rua Almirante Tamandaré, 275. Ingressos limitados - 30 espectadores por apresentação.
A montagem de cenas do texto de Genet é o desafio do processo de dar vida a personagens que se desdobram em diferentes níveis de representação. O texto questiona a convicção nos poderes que estruturam a sociedade, que aqui servem para refletir sobre a ilusão e a morte: “O Balcão é um bordel de luxo onde muitos personagens vem extinguir seus fantasmas, sadomasoquistas na aparência, filosóficos na realidade. A Casa de Ilusões oferece a alguns medíocres uma existência emprestada. Nesta peça vertiginosa, onde cada cena que acreditamos verdadeira, torna-se por sua vez ilusória.”
Tudo que se tentar dizer sobre O Balcão de Genet é pouco. É preciso lê-lo. O texto é maravilhoso, e difícil, realmente um desafio. Mas é aquele desafio bom de encontrar a essência mesmo do teatro e de sua linguagem, da ilusão e da vida. Para encená-lo foi preciso a coragem de se relacionar com ele e doar aquilo que ele provoca em nós, quer seja prazer, perplexidade, ou até mesmo desorientação. E saber que estamos falando da vida, do mundo. É preciso vivê-lo.
“A nossa concepção foi se definindo a partir da nossa realidade. Não temos uma encenação rica, então nosso bordel não é de luxo. Mas temos um espaço, podemos criar nosso bordel, talvez do subúrbio, da periferia. Nosso elenco são estudantes brasileiros, brancos, mulatos, negros, raiz forte no grupo, e não tentaremos compor prostitutas e clientes franceses, nem alemães, do século XIX ou primeira metade do século XX. Portanto nossa Casa de Ilusões é brasileira, e como sugere o texto, a dona da pensão e suas meninas, ali encontram uma forma de sobreviver, sob a proteção da polícia, talvez em troca de favores. E podem receber visitantes ilustres, que querem se fantasiar em outros mais ilustres ainda. E nessas fantasias elas se submetem, mas encontram a forma de revidar. Os poderes continuam os mesmos: a igreja, o estado e o exército. Mas não estamos mais numa monarquia… e nos deparamos com esta questão: quem são os revoltosos de hoje? Precisamos deles na nossa representação!”, observam os organizadores.
Ficha Técnica:
Direção: Moira Stein
Elenco: Bianca Barbosa, Dídio Lopes, Hélcio Fernandes Júnior, Ingrid Duarte, Jandira Brito, Lívia Soares Correa, Lumilan Noda, Maicon Barbosa, Naile Machado, Roberta Alves,
Rodrigo M. Rocha, Tainara Urrutia, Thalita Ferreira e Vagner Vargas.
Figurinista: Larissa Martins
Maquiagem: Ingrid Duarte, Rodrigo Rocha e Vagner Vargas.
Iluminação e operação de luz: Ederson Pestana
Operação de som: Francine Mohammed
Fotografia: Ana Laura Paiva
