A 40ª Feira do Livro de Pelotas se aproxima e é nessa época que os pelotenses costumam adquirir mais livros. Com o avanço das tecnologias, a questão da substituição do papel aparece. Há algum tempo tem se falado que o livro será extinto, que os e-books tomaram o seu lugar, mas não é assim que alguns especialistas vêem.
Para o professor do Centro de Letras e Comunicação da Universidade Federal de Pelotas Eduardo Marques o Brasil ainda está engatinhando em relação aos livros virtuais e que o preço final de um livro virtual ainda é igual ao de um livro de papel. “O brasileiro trata o livro como um objeto de luxo, devido ao alto valor que é cobrado, então preferem ter ele em suas mãos”, afirmou.
Além disso, o docente disse que, com as tecnologias, as pessoas não perderam o hábito de ler, nem mesmo os mais jovens, que já nasceram na era digital. “O topo da lista de livros mais vendidos sempre é ocupado por livros direcionados ao público infanto-juvenil, como as sagas Harry Potter e Crepúsculo”, ponderou.
Eduardo Marques ainda destaca que o Brasil não é um país que lê pouco, o número de livros vendidos é grande “A média de leituras do Brasil é abaixo dos outros países porque ainda temos muitas pessoas lendo pouco”, afirma. Isso ocorre porque não há um incentivo financeiro para que as pessoas comprem um livro. O custo de editoração dos livros virtuais, por exemplo, é bem menor do que os livros normais, se isso fosse repassado ao consumidor geraria mais leitores. Mas para o professor Eduardo isso não significaria o fim do livro, os dois tipos de mídia são complementares.
Então, pondera Marques, as feiras de livros acabam sendo os lugares onde as pessoas compram mais justamente pelos descontos ofertados nessa época. “Os ‘balaios’, onde são encontrados livros de coleções antigas a preços bem menores, são os lugares mais procurados nesses eventos”, contou o professor do Centro de Letras. Além dos valores, existem as atrações culturais que atraem o público, que acaba comprando o produto.
