A doceira Tusnelda Classen Sias, mais conhecida como Dona Zilda, nasceu em Pelotas, no ano de 1929, passando vinte e cinco anos de sua vida em Santo Amor - localidade rural hoje pertencente à cidade de Morro Redondo. Mudou-se para o bairro Fragata em 1958, onde residiu até seu recente falecimento.
Descendente de portugueses e italianos, aprendeu o ofício dos doces com a mãe e com quatorze anos já detinha o saber-fazer da pessegada, goiabada, figada, marmelada branca e passa de pêssego, empregando-o no sustento familiar, junto com outras atividades. A partir de 1960, dedicou-se exclusivamente à produção dos doces coloniais em fábrica própria e transmitiu o conhecimento doceiro a Sergio Sias, um dos três filhos que teve. Com 79 anos de idade já havia participado diversas vezes da Fenadoce e ainda atuava, junto com o filho, no trabalho da fábrica onde sempre desempenhou um papel fundamental: o de detentora do saber-fazer doceiro.
Dona Zilda participou do Inventário Nacional de Referências Culturais (INRC) - produção de doces tradicionais pelotenses, pesquisa que objetivou registrar e reconhecer a tradição doceira de Pelotas como patrimônio imaterial brasileiro, contribuindo enormemente para a valorização da cidade como capital nacional do doce.A equipe do Inventário Nacional de Referências Culturais - produção de doces tradicionais pelotenses foi constituída pelos professores do Instituto de Ciências Humanas (ICH/UFPel), Flávia Rieth (coordenadora), Fábio Vergara e Maria Letícia Mazzucchi Ferreira, além de Marília Floôr Kosby e Tiago Lemões da Silva.
(Na foto, Dona Zilda na produção de bananada em entrevista à equipe do INRC / 2006 - Foto: Tiago Lemões da Silva)