Em palestra proferida nesta sexta-feira(18), no auditório da Faem, dentro do Ciclo de Debates sobre Direito Social à Educação: Educação Básica e o acesso ao ensino superior, promovido pela Pró-Reitoria de Graduação da UFPel, a secretária de Educação Superior do MEC, Maria Paula Dallari Bucci, fez uma defesa contundente do Sistema de Seleção Unificada (SiSU), que, segundo ela, deu início a um processo de democratização do acesso à educação superior no país. Participaram do encontro, além da comunidade acadêmica da UFPel, representantes de outras instituições, como UCPel, UFSM, IF-Sul, Secretaria Municipal de Educação e 5ª CRE.
Transmitida online para os 38 polos parceiros da UFPel do sistema UAB (Universidade Aberta), a conferência abordou os impactos e perspectivas do novo sistema para a educação brasileira, sendo antecedida por um momento artístico, a cargo do duo de violões Alexandre Simon e José Daniel, alunos do Bacharelado de Música.
A titular da Secretaria de Educação Superior (Sesu/MEC) introduziu sua palestra afirmando que o direito à educação é um consenso, mas quando se trata de direito da educação, as diferenças de políticas e visões de mundo se fazem presentes. “O Governo fez a opção de colocar a educação no centro do desenvolvimento do país”, observou, ao apresentar os investimentos do Reuni (Programa de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais) no conjunto das 58 instituições do país – ao todo, R$ 2,5 bilhões.
Segundo ela, o segundo passo está sendo a radicalização da utilização do Enem, já aplicado há cerca de dez anos, mas que passa a ser uma forma de ingresso à educação superior. Na visão do MEC, o processo, complementado pelo SiSU, valoriza as qualidades dos estudantes e democratiza o acesso à universidade, a partir da possibilidade de mobilidade estudantil. “O vestibular, que era um mal necessário, talvez não tenha deixado de ser um mal, mas não é mais necessário”, enfatizou Maria Paula Bucci.
Ela apresentou números sobre a mobilidade de estudantes, segundo os quais a mobilidade interregional ficaria em 13 por cento, e a mobilidade entre estados limítrofes, em 10 por cento. Nas estatísticas da Sesu, os estados “importadores” de estudantes são aqueles com maior oferta de vagas, e os “exportadores” aqueles que praticamente não ofereceram vagas (instituições que não aderiram ao sistema).
De acordo com a palestrante, a UFPel teve o vislumbre de que o SiSU seria um processo importante, ao possibilitar o diálogo com o ensino médio, em sua opinião, uma das maiores virtudes do novo sistema. Ela saudou a oferta de um total de 16,5 mil vagas proporcionadas pelo SiSU, em âmbito nacional.
Ao ouvir reivindicações como a maior assistência estudantil, a representante do MEC afirmou que os recursos deverão crescer e que o processo se complementa com as novas políticas de extensão, com a reformulação da legislação dos estágios e com os bacharelados interdisciplinares.
Inauguração – No segundo momento da programação, os participantes do ciclo de Debates foram conduzidos a um novo prédio, situado ao fundo do campus Capão do Leão, que abriga um conjunto de salas de aula, destinadas a cursos das áreas básicas. O assim denominado, Complexo Educação I, foi então inaugurado por Maria Paula Bucci, que dividiu o descerramento da placa alusiva ao ato com o pró-reitor de Planejamento e Desenvolvimento, Elio Paulo Zonta, e com um acadêmico do curso de Biologia. A visitante saudou a importância da obra, viabilizada pelo Reuni, lembrando que o programa evidencia o protagonismo da sociedade em apresentar demandas e a capacidade das universidades de elaborar projetos.
Na oportunidade, a secretária conheceu o Programa Vizinhança, que busca a integração entre a comunidade do entorno do Campus Porto e a Universidade, e visitou uma sala de aula no bloco B, onde as crianças da comunidade estavam aprendendo espanhol com as acadêmicas do curso de Letras.