Projeto de pesquisa desenvolvido pela Universidade Federal de Pelotas e pela Escola Nacional Superior de Agronomia de Montpellier, da França, avaliará o impacto do aquecimento climático global na fisiologia e no comportamento agronômico de espécies frutíferas de clima temperado.
O trabalho, realizado dentro do Programa Capes(Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior)-Cofecub (Comitê Francês de Avaliação da Cooperação Universitária com o Brasil), objetiva estudar com profundidade a adaptação do cultivo de espécies frutíferas de clima temperado em regiões subtropicais.
Conforme o responsável pela pesquisa na UFPel, professor do Departamento de Fitotecnia da Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel(Faem) Flávio Herter, o trabalho tem duas linhas principais.
A primeira linha de pesquisa diz respeito à arquitetura e à água em plantas de clima temperado. Estes estudos serão realizados em plantas como a pereira e a macieira, pela sua importância econômica. “Os franceses querem realizar testes em condições de inverno ameno, como o daqui”, observou o professor Herter. O trabalho envolverá o intercâmbio de professores e acadêmicos e a capacitação profissional de doutorandos.
A segunda linha da pesquisa investigará os efeitos das mudanças climáticas em relação à fenologia, ou seja, os processos de brotação e de floração, na França e no Brasil.
Participam do projeto, iniciado em janeiro de 2010 e com duração de dois anos, renovável por mais dois anos, instituições de ensino e pesquisa de Montpellier e Clermont-Ferrand, na França, a Faculdade de Agronomia da UFPel, a Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina(Epagri), a Embrapa e a Universidade Tecnológica Federal do Paraná.
Por conta do projeto, Herter e o pesquisador Gabriel Leite, da Epagri, cumpriram a primeira missão brasileira à França, em maio, de duas previstas. No fim de junho será a vez dos franceses virem ao Brasil. Eles estarão no país de 28 de junho a 8 de julho.
“Os resultados obtidos a partir das observações realizadas no Brasil servirão para antecipar possíveis mudanças advindas do aquecimento climático. Reciprocamente, os pesquisadores brasileiros se beneficiarão, a partir dos peritos franceses, de conhecimentos e novas tecnologias para melhorar a produção de frutas na zona subtropical”, disse Herter.
Mais intercâmbio- Em paralelo ao projeto, está sendo estudada a possibilidade de acadêmicos de graduação brasileiros realizarem estágios na França, na área de fruticultura. Da mesma forma, estudantes franceses viriam para o Brasil com o mesmo objetivo. O trabalho seria incluído no Programa Brafragri, que promove a cooperação franco-brasileira nas áreas de ciências agronômicas, agroalimentação e veterinária.
A foto no começo do texto mostra reunião dos pesquisadores dos dois países na França, em maio.
