Coordenadoria de Comunicação Social

Universidade Federal de Pelotas

Prematuridade é a principal causa das mortes infantis em Pelotas

16 de Dezembro de 2009

A morte de três em cada quatro crianças menores de cinco anos que morrem em Pelotas poderia ser evitada através de intervenções atualmente disponíveis no Sistema Único de Saúde (SUS). Isso é o que mostra o trabalho do aluno do Mestrado Profissional em Saúde Pública Baseada em Evidências, do Programa de Pós-graduação em Epidemiologia da Universidade Federal de Pelotas, Luís Ramón Marques da Rocha Gorgot, com orientação da Professora Dra Iná dos Santos, cuja defesa ocorrerá em seção pública nesta quinta-feira(17), às 10h, no auditório do Centro de Pesquisas Epidemiológicas (rua Marechal Deodoro, 1160, 4º piso).
No período entre 1º de janeiro de 2004 e 31 de dezembro de 2008 ocorreram 94 óbitos entre as 4231 crianças nascidas vivas na Coorte de Pelotas de 2004. A maior parte dos óbitos (82) ocorreu no primeiro ano de vida, particularmente na primeira semana (37). A prematuridade, que praticamente triplicou no município nas duas últimas décadas (passando de 6,3% em 1982, para 11,4% em 1993 e 14,7% em 2004) foi identificada como a principal causa básica dos óbitos. Intervenções no pré-natal que possam prevenir os nascimentos pré-termo vêm sendo propostas pelo Comitê de Prevenção da Mortalidade Infantil do Município. Em um recente encontro com os profissionais de saúde de Pelotas, o Comitê enfatizou a importância de combater o tabagismo da mãe durante a gestação e de rastrear e tratar a bacteriúria assintomática da gestante (identificada através de exame de urina durante o pré-natal), ambas causas reconhecidas de nascimentos prematuros.
Ressalte-se que nenhuma criança morreu por causas preveníveis pela vacinação, indicando a boa cobertura e qualidade do programa de imunizações no município. Por outro lado, 3 crianças morreram em decorrência de sífilis congênita, uma doença adquirida através da mãe, durante a gestação, e que é de rastreamento compulsório durante a gravidez. Acrescente-se a isso que, se tratada a mãe, durante a gestação, a criança fica protegida contra a doença. Em Pelotas, são muito poucas as mulheres que não consultam durante a gravidez (menos de 1%), o que demonstra que quantitativamente, o programa pré-natal vai bem, mas, em termos de qualidade, ainda há muito a fazer.
Ainda, outras 4 crianças morreram por síndrome da morte súbita, uma causa cuja prevenção é efetiva, muito simples e internacionalmente empregada: consiste em colocar a criança para dormir de barriga pra cima e nunca de lado ou de bruços.

Seção: Notícias