Coordenadoria de Comunicação Social

Universidade Federal de Pelotas

Estudo avalia mortalidade infantil e sua evitabilidade na cidade de Pelotas

16 de Dezembro de 2009

A Taxa de Mortalidade Infantil (TMI) representa o número de crianças que morreram antes de completar um ano de vida. É considerada um dos indicadores básicos de desenvolvimento humano e revela muito sobre as condições de vida e de assistência à saúde de uma população.

No município de Pelotas, entre 1995 e 2005, a TMI mantinha-se estagnada em torno de 20/1000 nascidos vivos e acima da média do Estado (15,7/1000 nascidos vivos). Uma das iniciativas para redução da mortalidade infantil na cidade de Pelotas foi a implantação do Comitê Municipal de Investigação de Óbitos Infantis, Fetais e de Morte Materna (COMAI). Este grupo, através da auditoria sistematizada dos óbitos infantis, identificou os problemas e propôs estratégias e medidas de saúde necessárias para a redução da mortalidade infantil no município.

Com objetivo de fazer um diagnóstico da mortalidade infantil do município de Pelotas no período de 2005 a 2008 e classificar os óbitos infantis segundo sua evitalibilidade, foi realizado um estudo conduzido pela enfermeira Vera Schmidt, mestranda do Programa de Pós-Graduação em Epidemiologia da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Pelotas, sob orientação da Prof. Dra. Alicia Matijasevich.

A Defesa Dissertação Mestrado Profissional está programada para esta quinta-feira(17), às 14h, no Auditório Kurt Kloetzel, do Centro de Pesquisa em Saúde Dr. Amílcar Gigante (antigo hospital Santa Teresa). A Banca Examinadora está constituída por José Roberto Barreto Saraiva e Juvenal Soares Dias da Costa.

No período estudado observou-se uma redução de 18% na TMI, mas com flutuação durante o período. Esta diminuição deveu-se fundamentalmente à queda observada na mortalidade pós-neonatal. Características maternas (cor da mãe não branca e ausência de pré-natal) e do recém-nascido (gravidez múltipla, depressão neonatal, baixo peso ao nascer e prematuridade) associaram-se com óbito infantil. As causas mais importantes de óbito infantil foram as perinatais, seguidas em frequencia pelas malformações congênitas e as causas mal definidas. Quase três quartos dos óbitos infantis do período poderiam ter sido evitados, principalmente por uma adequada atenção à mulher na gestação, no parto e ao recém-nascido.
Através desta pesquisa, foi possível avaliar a realidade local da situação da mortalidade infantil e fornecer subsídios para o planejamento de ações de intervenção para a redução deste indicador no município de Pelotas.


Seção: Notícias