A professora Margarete Regina Freitas Gonçalves, docente da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo e do Curso de Engenharia de Materiais da UFPel, irá participar da 1ª Oficina do Fórum e Rede MDA de Tecnologias Sociais e da 2ª Conferência Internacional de Tecnologia Social, eventos que estarão acontecendo em Brasília, ao longo desta semana (13 a 17).
Na ocasião, gestores e representantes de instituições públicas e privadas, lideranças comunitárias, empreendedores sociais e representantes de organizações de pesquisa de nove países (Angola, Argentina, Brasil, Canadá, Espanha, México, Peru, Uruguai e Venezuela) estarão debatendo o papel da tecnologia na Inclusão Social.
Os eventos, promovidos pela Rede de Tecnologias Sociais (RTS) em conjunto com a Associação Brasileira de Organizações Não Governamentais (Abong), têm patrocínio dos ministérios da Ciência e Tecnologia (MCT), do Desenvolvimento Agrário, do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, da Integração Nacional e do Trabalho e Emprego, além do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Banco do Nordeste (BNB), Caixa Econômica Federal (CEF), Financiadora de Estudos e Projetos (Finep/MCT), Fundação Banco do Brasil, Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA), Núcleo de Estudos Agrários e Desenvolvimento Rural (Nead), Sebrae e Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), terão na programação palestras e mesas-redondas, além de painéis, nos quais serão apresentadas experiências nacionais e internacionais no campo das Tecnologias Sociais (TSs), tanto na área urbana como na rural.
A professora Margarete irá apresentar o projeto Morar Melhor, sistema construtivo inovador destinado a Habitação de Interesse Social, que obteve na Caixa-RS, em
A qualidade do sistema construtivo proposto é resultado da utilização de materiais de construção industrializados que possuem padrão, selo de qualidade e garantia de no mínimo cinco anos. Esta situação possibilita que defeitos sejam observados antes e/ou após a colocação dos materiais, permitindo assim sua troca sem ônus para o usuário. O ressarcimento é feito pelo fornecedor dentro de prazos estipulados pelas leis do consumidor. Além disso, o uso destes materiais resulta em uma proposta modulada que facilita o processo de execução e a repetitividade do mesmo.
Outro fator de extrema importância nessa proposta é a utilização do eucalipto e do pinus, madeiras provenientes de áreas de reflorestamento. O emprego destas matérias-primas é de extrema importância porque protege o meio ambiente evitando o uso de madeira nobre e/ou preservada.
O sistema construtivo apresentado foi testado em um protótipo executado no distrito Povo Novo, município de Rio Grande-RS, com recursos provenientes de parcerias voluntárias com as empresas Saint-Gobain Brasilit (Esteio-RS), Pinus Stropper (Rio Grande-RS), DK Esquadrias (Rolante-RS), Sika (Osasco-SP) e Alumasa (Urussanga-SC), e com a loja João Materiais de Construção (Povo Novo -RS).
O custo do metro quadrado de construção deste sistema construtivo é de aproximadamente 36% do CUB e o valor de referência de comercialização fica em torno de 46%.
Segundo a professora Margarete, a apresentação deste trabalho no Fórum de Tecnologias Sociais visa divulgar e disponibilizar, aos órgãos ligados a temática da inclusão social, uma alternativa tecnológica para a construção de habitações populares com qualidade, durabilidade e menor custo, para execução tanto no meio rural como urbano.