Coordenadoria de Comunicação Social

Universidade Federal de Pelotas

Pesquisa avalia violência urbana em Pelotas

26 de Novembro de 2008


No ano de 2007, foi realizado um estudo pela mestranda do Programa de Pós-Graduação em Epidemiologia da UFPel, Suélen Cruz, orientada pela professora Helen Gonçalves, sobre violência urbana em Pelotas. Foram ouvidas 2.912 pessoas moradoras da zona urbana do município. A defesa da Dissertação de mestrado foi nesta quarta-feira(26), às 9h30min, no Auditório Kurt Kloetzel, do Centro de Pesquisas em Saúde Dr. Amílcar Gigante. A banca examinadora é constituída pelos professores Helen Gonçalves, Fernando Barros e Stela Meneghe (Unisinos).

 O tema atualmente é um dos grandes problemas do Brasil, pois tem impacto na saúde dos indivíduos, causando medo e insegurança, e provocando traumas emocionais e psicológicos. Todos os participantes tinham idade igual ou superior a 20 anos e responderam a um questionário contendo informações sobre sexo, cor/raça, renda familiar, etc. Além destas perguntas, foi questionado se sofreram nos últimos 12 meses e nos últimos cinco anos alguma violência como furtos, roubos, agressões e furto/roubo à residência. Os resultados mostraram que ocorrência das violências urbanas investigadas na cidade foi de 28% nos últimos cinco anos e de 16,6% no último ano.

O tipo de violência urbana mais relatada foi o furto/roubo à residência (9,7%), ou seja, um a cada dez pelotenses teve sua casa furtada/roubada no último ano (2006/2007). O segundo crime mais comum, vitimando 6,0% da população, foram os furtos. Os roubos e as agressões, que são crimes que envolvem uso de violência, foram os menos freqüentes, com prevalências de 2,7% e 1,5%, respectivamente. Em relação a quem sofreu alguma das violências pesquisadas, encontrou-se que em Pelotas os homens são mais vitimados por roubos, assim como indivíduos mais jovens (20-29 anos) e os sem companheiro/a (esposo/a).

Mais da metade das pessoas que sofreram algum tipo de violência urbana no último ano não denunciou o crime à Polícia Civil de Pelotas, portanto não há um Boletim de Ocorrência (BO) sobre o crime sofrido. Entre os principais motivos apontados pelas vítimas para esse comportamento, destacaram-se: não confiar na polícia (57,7%); não conhecer o criminoso (25,5%); ter medo de sofrer retaliação do agressor (8,3%); e buscar resolver a situação de outra forma, por meios não legais (6,4%).

Os dados do estudo apontam que a violência é um problema também em cidades de porte médio. O conhecimento sobre sua dimensão é uma ferramenta importante para incrementar, executar ou criar políticas públicas de segurança e saúde locais mais efetivas, pautadas nas prioridades do município. A não notificação às autoridades colabora para a menor visibilidade da violência. Trabalhar a importância de notificar os crimes é uma tarefa a ser considerada pelas autoridades de segurança e saúde – ambos os setores atingidos por suas conseqüências.


 

Seção: Notícias