Coordenadoria de Comunicação Social

Universidade Federal de Pelotas

Pesquisa avalia aquisição dos controles urinário e intestinal nas crianças de Pelotas

16 de Maio de 2008

A retirada de fraldas é uma etapa importante na vida da criança e de seus pais. É um dos primeiros sinais de independência da criança e uma aquisição de hábitos que serão seguidos durante toda a vida. Um correto aprendizado é de extrema importância. A pesquisa foi desenvolvida pela doutoranda Denise Mota, sendo que a defesa de tese está prevista para o dia 20, às 8h30min, no Auditório Kurt Kloetzel, do Centro de Pesquisas Epidemiológicas da UFPel.

O início da retirada de fraldas sempre gera expectativas e, ao mesmo tempo, dúvidas nos pais. Os pais não devem ter pressa nesse processo. A criança precisa ter algumas habilidades para iniciar esse treinamento: deve saber caminhar, para se deslocar até o banheiro; falar, para poder demonstrar seus desejos; tirar a roupa, para poder sentar no vaso ou penico; entender e atender as ordens dos pais, para poder ser ensinada a realizar tarefas; querer agradar e imitar os adultos, para poder executar suas tarefas com alegria e prazer.

Cada criança apresenta o seu tempo para a aquisição dessas habilidades, mas, geralmente, ao redor dos dois anos de idade, a maioria delas já apresenta o desenvolvimento necessário para tal tarefa. Uma criança treinada antes da idade adequada pode apresentar problemas intestinais (prisão de ventre) ou urinários (cistite, xixi na cama) no futuro.

Nas crianças da coorte de 2004 (crianças nascidas em pelotas durante o ano de 2004), observou-se que a maioria (mais de 90%), aos 24 meses de idade, estão aptas a iniciar o treinamento esfincteriano. Apesar disto, apenas 24% das crianças estavam sem fraldas durante o dia e 8,6% sem fraldas à noite. As meninas retiraram as fraldas mais cedo do que os meninos. Uma proporção maior de crianças sem fraldas é encontrada entre os filhos de mães mais jovens, menos escolarizadas, mais pobres e com maior número de filhos, quando comparadas com os filhos de mães mais maduras, mais escolarizadas, mais ricas e com menor número de filhos, respectivamente. Constatou-se ainda que a maioria das mães baseou-se na idade para iniciar a retirar as fraldas, sem levar em conta características do desenvolvimento das crianças. A orientação quanto ao melhor método e idade de retirada de fraldas não foi fornecida pelo pediatra, segundo informação das mães. Elas realizaram esta tarefa segundo sua própria intuição ou orientação de familiares. Suas expectativas relacionadas com a idade adequada de retirar as fraldas são irreais e, muitas vezes, são pressionadas por avós ou professores de maternais para retirar as fraldas o quanto antes, muitas vezes quando a criança não é capaz de entender como funciona este processo, causando transtornos familiares e frustrações. Neste momento é importante solicitar a orientação do pediatra para o método mais adequado. Observou-se que 41% das mães tinham tentado retirar as fraldas de seus filhos antes dos dois anos, especialmente antes dos 18 meses, não obtendo sucesso nessa tentativa.

O ritmo de desenvolvimento de cada criança deve ser avaliado individualmente com relação às habilidades necessárias para esse treinamento. A orientação por um profissional treinado pode auxiliar os pais e a criança a vencer essa etapa, sem frustrações ou aparecimento de problemas futuros. O mais importante é ter paciência e compreender o momento de cada criança e sua família. 

 

 

Seção: Notícias