Sanear e unificar as três fundações vinculadas à Universidade foi uma das propostas programáticas previstas no plano de gestão da nova Administração Superior da UFPel e que foi defendida durante a campanha para a eleição do reitor Mauro Del Pino. Decorridos os seis primeiros meses, a primeira fase do processo está sendo concluída.
Segundo Cristiano Guedes Pinheiro, recentemente nomeado diretor da Fundação de Apoio Universitário (FAU) e que acumula a direção da Fundação Simon Bolívar e da Fundação Delfim Mendes Silveira, o primeiro passo foi a apropriação das Fundações por parte da nova gestão, com a designação de pessoas vinculadas à nova Reitoria. “A apropriação se materializa não apenas pela nomeação do diretor, mas através dos conselhos deliberativos de cada entidade, onde a atual gestão passou a ter a maioria ou uma composição que lhe assegure o controle de gestão”, explica.
Pinheiro observa que o projeto de unificação está sendo conduzido em comum acordo com o Ministério Público, como forma de assegurar maior transparência na gestão das Fundações, ao proporcionar – com uma direção única – a maior ingerência da Universidade sobre os projetos e decisões.
“Concluído o processo de apropriação, a segunda fase é o pleno conhecimento dos mecanismos de funcionamento de cada uma das entidades, uma vez que elas têm características distintas. A partir desse raio-x que estamos fazendo, será possível apontar qual será a fundação remanescente e como será possível a permanência de uma só”, acrescenta Pinheiro.
Outro aspecto que está merecendo a atenção especial da nova Direção diz respeito à infraestrutura física. Hoje as três Fundações atuam em lugares distintos, mas nas próximas semanas a área de projetos das três Fundações será unificada, tendo como sede o Casarão da praça Coronel Pedro Osório, esquina com a Félix da Cunha – atual endereço da Simon Bolívar. “A unificação física e operacional representará diminuição de despesas e a qualificação da equipe técnica, pois juntaremos a expertise das três entidades e melhoraremos o know-how na área de projetos. Será uma única equipe gerenciando toda essa estrutura”, justifica Cristiano Pinheiro.
A exceção será a FAU, que por ser a gestora de recursos e mão de obra do Hospital Escola, manterá um braço de atuação junto ao HE. É consenso que há, entre a FAU e o Hospital, uma simbiose que descarta a ideia de uma separação.
O processo de unificação prevê a implementação de novas ações ao longo dos próximos quatro anos. Uma das metas do diretor das Fundações é resolver o imbróglio envolvendo a questão dos terrenos na área do campus Porto, que, em sua opinião, só será resolvido com um acordo entre Fundação, Universidade, MEC, Ministério Público Federal e Ministério Público Estadual.
“Nesse sentido, solicitaremos ao Ministério Público Estadual, curador e responsável pelas Fundações, que intermedie uma negociação, pois é nosso interesse que a UFPel passe a ter a posse integral dessa área, para qualificar sua infraestrutura física e cumprir seu projeto de expansão”, conclui Pinheiro.