Os trabalhadores que perderam suas vidas em decorrência de acidentes e doenças do trabalho serão lembrados neste domingo, 28 de abril.
A origem da data remete aos 78 operários mortos devido a um acidente numa mina dos Estados Unidos, em 1969. Instituído no Brasil desde 2005, através da lei nº 11.121, o Dia Mundial em Memória das Vítimas de Acidentes e Doenças do Trabalho é considerado, pela Organização Internacional do Trabalho (OIT), um dia reflexivo.
A campanha da OIT destaca este ano a “Prevenção de doenças ocupacionais”, que continuam a ser a principal causa de mortes relacionadas ao trabalho em todo o mundo. Segundo estimativas da Organização, de um total de 2,34 milhões de vítimas fatais por ano, 321 mil se devem a acidentes e os 2,02 milhões restantes decorrem de vários tipos de doenças, em uma média superior a 5,5 mil mortes diárias.
No Brasil o resultado é que entre 2005 e 2010 ocorreram 3,8 milhões de acidentes. Destes, 16,5 mil resultaram em mortes e 74,7 mil ficaram incapacitados. Entre os fatores que contribuem para estas estatísticas estão a degradação das condições e do meio ambiente do trabalho, falta de treinamento, não fornecimento de equipamento de proteção individual, remuneração por produção (que induz ao trabalho excessivo e exaustivo), assédio moral e pressão por metas.
Os números dos acidentes e mortes do trabalho no Brasil apontam para a necessidade de adoção urgente de políticas efetivas para melhorar a segurança no trabalho. Campanhas educativas, treinamentos e fiscalização, especialmente sobre as responsabilidades e atitudes das empresas e também dos gestores nos órgãos públicos, são fundamentais. O Brasil tem importantes leis em relação à questão. Mas muitas delas não são cumpridas.
Uma data para refletir
Para os trabalhadores, a data deve ser um dia de reflexão também para empresas e órgãos públicos. Alem disso, deve ser um dia de denúncias e de dar visibilidade para a questão dos acidentes e dos adoecimentos no trabalho, tanto físicos como mentais.