A Faculdade de Medicina (Leiga) completa nesta quarta-feira (3) seus 50 anos de fundação. No dia 3 de abril de 1963 foi assinado o Decreto de autorização de funcionamento da Faculdade de Medicina pelo Ministério da Educação e Cultura que foi publicado no Diário Oficial.
Apesar desta data ser utilizada como a data de criação da Leiga, a história da Faculdade de Medicina remonta ao ano de 1953, quando Franklin Olivé Leite sugeriu a sua criação durante uma reunião da Sociedade de Medicina de Pelotas. No ano seguinte, foi fundada a Instituição Pró-Ensino Superior no Sul do Estado (IPESSE) com o objetivo de instalar uma faculdade de Medicina. Em 1955, o IPESSE ganhou sede própria com a doação do prédio do Instituto de Higiene Borges de Medeiros por parte do prefeito Mario David Meneguetti.
Contudo, o movimento de criação perde sua força e o tema volta à tona somente depois da sinalização da vontade do bispo Dom Antonio Zattera de criar uma Faculdade Católica de Medicina. Segundo um dos fundadores da Leiga, Naum Keisermann, em artigo de 1992, a criação de uma faculdade laica e não católica possibilitaria a sua posterior federalização.
Em novembro de 1959, na Biblioteca Pública de Pelotas, foi declarada a fundação da Faculdade de Medicina de Pelotas, com a presença do governador Leonel Brizola, do reitor da UFRGS, Eliseu Paglioli e do secretário da Educação, Mariano Beck. Em 15 de abril de 1962 uma portaria do presidente do IPESSE nomeou Naum Keiserman o primeiro diretor da Leiga, sendo que seu empenho e dedicação durante uma década foram fundamentais para a criação da Faculdade.
Após toda a luta e trabalho da Sociedade de Medicina, no dia 3 de abril de 1963, o presidente João Goulart assinou o decreto de autorização de funcionamento e, no dia 11 de maio, o professor Clóvis Salgado proferiu a aula inaugural do curso.
Desde então, a Leiga está inserida nas comunidades local e regional prestando serviços de forma ininterrupta e gratuita. Na sede da Faculdade, situada no bairro Fragata, funcionam os setores administrativos e pedagógicos e as atividades de ensino, pesquisa, extensão e assistência. No mesmo local funciona o Ambulatório Central que atende várias especialidades. A Faculdade dispõe ainda de três postos periféricos conveniados com a comunidade, onde os alunos desenvolvem atividades práticas, privilegiando as necessidades da população.
O Hospital-Escola (HE) da UFPel desempenha um papel fundamental para a aquisição dos conhecimentos práticos. A unidade, que atende exclusivamente pelo SUS, dispõe de tecnologias modernas para diagnóstico e tratamento, dando ênfase ao atendimento humanizado do paciente e contando com uma força de trabalho multiprofissional. O HE foi pioneiro na UTI Pediátrica e Neonatal, possui um Centro de Referência para pacientes com HIV e um Centro de Aplicação e Monitorização de Medicamentos Injetáveis (Cammi). Destaca-se ainda o Programa de Internação Domiciliar Interdisciplinar (PIDI), que trata exclusivamente de pacientes com câncer e o Programa Melhor em Casa que trata de pacientes com outras doenças, ambos modelos para todo o Brasil.
No campo da pós-graduação, a Faculdade conta com residências médicas em várias especialidades. O programa de pós-graduação em Epidemiologia, com seus cursos de mestrado e doutorado, é considerado como um dos melhores do país.