“Não havia controle público sobre os projetos, ações e recursos da Fundação Simon Bolívar”. A afirmação é do reitor da UFPel, Mauro Del Pino, durante entrevista coletiva concedida à imprensa nesta quarta-feira (13), na Reitoria. Exemplo disso é a não aplicação de mais de R$ 5 milhões e 379 mil em sete projetos de docentes da Universidade. Os recursos tinham destinação específica aos projetos, grande parte de pesquisa, e não foram usados por eles, nem tão pouco estão no caixa da Fundação Simon Bolívar (FSB).
A Universidade solicitou a realização de uma sindicância, por parte dos órgãos de controle federais, sobre o caso, e está orientando a comunidade universitária a não enviar nenhum novo projeto à FSB.
Os projetos são de áreas diversas como da Saúde e de Relações Internacionais e em alguns casos os próprios professores denunciaram a falta das verbas.
A informação é fruto dos primeiros 15 dias de investigações da nova gestão da Fundação, eleita após recomposição do Conselho da entidade, que recebeu novos membros indicados pela Administração Central da UFPel. O novo diretor-presidente é Cristiano Pinheiro e o novo diretor-secretário é Hemerson Pase.
Del Pino informou que a Universidade, com base na Lei, repassará recursos à Fundação para que ela possa cumprir com seus compromissos trabalhistas. A ideia é que a FSB continue a funcionar com o apoio da Fundação Delfim Mendes Silveira, uma das outras duas fundações de apoio da UFPel, ao lado da Fundação de Apoio Universitário (FAU). O reitor chegou a falar em unir operacionalmente FSB e Delfim Mendes. Mas os sete funcionários da Simon Bolívar podem ficar tranquilos. Não há decisão de demissão. A Administração Central da UFPel pretende, ao fim da gestão, em quatro anos, contar com apenas uma Fundação de Apoio.
Transparência
A divulgação dos primeiros achados da nova gestão da FSB cumprem com o compromisso de transparência assumido pela Administração da UFPel. “A sociedade tem de saber o destino dos recursos públicos”, observou o reitor.
Anglo
A Reitoria da UFPel está tentando recuperar a posse da totalidade do terreno do antigo Frigorífico Anglo, que teve parte transacionada na gestão passada, negócio que depois foi desautorizado pelo MEC. A Universidade precisa dos terrenos para uso acadêmico, em salas de aula, laboratórios, bibliotecas e áreas de convivência. A Administração Central da UFPel tem o apoio do MEC na retomada total do imóvel. Do negócio feito na gestão anterior ainda restam R$ 681 mil que não tiveram comprovação de destinação.