O abastecimento de água no Campus Capão do Leão da UFPel está regularizado. A nova Administração Central da Universidade realizou intervenções providenciais e imediatas, levando tranqüilidade à comunidade acadêmica daquele campus, que vinha sofrendo com a contínua falta de água.
Resolver em definitivo o problema é um desafio que exige ações contínuas e metas de médio e longo prazos. Já nos primeiros dias em que foi constituída, a nova gestão administrativa da UFPel foi surpreendida por lapsos de abastecimento no Restaurante Escola que acarretavam sérios problemas na confecção de alimentos e demais atividades.
Buscando inteirar-se do problema, o pró-reitor Administrativo adjunto, encarregado da área de Infraestrutura, Gilson Porciúncula, e o coordenador de Gestão Ambiental, professor Amauri Barcelos, mantiveram encontros com a Embrapa (Estação Experimental Terras Baixas), que sedia a estação de tratamento que serve ao campus. Foi constatado que o desabastecimento originava-se na falta de vazão da água, decorrente de entupimento da tubulação e do baixo nível do canal onde é feita a captação.
A demanda gerada pelo Restaurante Escola, que serve diariamente cerca de duas mil refeições, levou a ações providenciais e imediatas, viabilizadas através do fortalecimento da parceria entre a UFPel e a Embrapa. A primeira ação foi promover uma limpeza na tubulação, realizada pela equipe do Sanep.
A intervenção mais drástica foi o trabalho de recomposição dos taludes, de limpeza e aprofundamento do canal, o que exigiu a contratação de uma escavadeira hidráulica de grande porte (lança e braço longos), provida de esteira. “Só assim foi possível manter o máximo possível da vegetação que reveste os taludes e os protege da erosão, evitando o desbarrancamento das margens, pois o canal é largo, de acesso complicado, com paredes laterais constituídas por material arenoso”, observa o coordenador de Gestão Ambiental da UFPel.
Amauri Barcelos explica que estas primeiras ações, realizadas em caráter emergencial, amenizaram os problemas, uma vez que o desentupimento da tubulação assegura um melhor fluxo, e o desassoreamento do canal de captação multiplica a capacidade de reserva. “Em muitos trechos a lâmina de água não passava de 30 centímetros e agora chega a ter três metros, ficando em uma média de 2,5 metros”, observa. Segundo foi apurado, esse trabalho não era executado há pelo menos dois anos. Na foto, o canal já desassoreado.
O gestor ambiental da UFPel justifica a interrupção do fornecimento às unidades do campus Capão do Leão em dois dias da semana passada, inclusive laboratórios, que foi motivado pela urgência na realização do serviço, pois dependia da disponibilidade de uma retroescavadeira de grande porte.
Foco na qualidade
Barcelos enfatiza que o próximo passo é a melhoria da qualidade das análises. “Daqui para frente faremos o monitoramento permanente da qualidade, através do Laboratório de Análise da Qualidade de Água da Agência da Lagoa Mirim”. Ele destaca a importância da parceria com a Embrapa e promete uma atuação mais proativa no fortalecimento das relações entre aquela instituição e a Universidade.
“Não se pode esquecer que a estação de tratamento que atende à UFPel tem 60 anos e foi dimensionada para o que era a Universidade no passado. Hoje, a realidade é outra, o número de unidades e de alunos que dependem dela cresceu geometricamente”. Barcelos deixa claro que soluções em caráter definitivo só virão no futuro, seja através da futura estação de tratamento do Sanep junto à Barragem Eclusa do São Gonçalo ou via complementação da rede da Corsan, no Capão do Leão.