Coordenadoria de Comunicação Social

Universidade Federal de Pelotas

Professor do ICH é palestrante convidado do XII Encontro Humanístico da UFMA

4 de Dezembro de 2012

posse-fabio1.jpg O professor Fábio Vergara Cerqueira é palestrante convidado do XII Encontro Humanístico da Universidade Federal do Maranhão (UFMA), que se realizará entre 3 e 7 de dezembro. Encontro de caráter essencialmente interdisciplinar, consolidou-se no calendário anual do Centro de Ciências Humanas daquela instituição, como uma atividade de integração de várias áreas do conhecimento, sob um mesmo tema. Em sua décima segunda edição, seu tema é Patrimônio, Memória e Contemporaneidade.

A programação do evento pode ser conferida no site: www.encontrohumanistico.ufma.br.

O professor ministrará uma conferência e um minicurso, conforme descrição abaixo:

Palestra

Dia 5/12 – 10h30min

Título: “Patrimônio cultural e memória na perspectiva da cultura material.”

Resumo:
A presente palestra tem como impacto avaliar impactos do conceito de cultura material sobre o patrimônio cultural, considerando sua incidência sobre a pesquisa e sobre a gestão patrimonial. O conceito de cultura material, que engloba tanto o pragmático quanto o simbólico, tanto o tangível quanto o intangível a ela associado, traz uma nova perspectiva de compreensão do passado. Buscando um novo olhar, diverso das narrativas oficias baseadas em documentos escritos, os objetos são um registro diferenciado, que demandam métodos diferenciados. Conceito introduzido no âmbito da Arqueologia clássica, expandiu-se a outros campos de estudo, tendo hoje crescente impacto sobre os estudos de História. No que se refere ao domínio do patrimônio, após o afastamento das visões elitistas do passado sustentadas no patrimônio da pedra e cal, na perspectiva de um patrimônio v isto outrora como excepcionalidade e monumentalidade, o interesse recente pelo imaterial tem sido acompanhado, nos últimos anos, por um interesse pelo comum, no lugar do excepcional e monumental. Neste contexto, o conceito de cultura material permite, no âmbito do patrimônio, um retorno ao material, ao tangível, sob uma nova perspectiva - não a perspectiva do grande patrimônio, monumental, sustentáculo de identidades nacionais homogêneas e ufanistas, mas a perspectiva de memórias fragmentadas e identidades múltiplas. Objetos, requintados ou singelos, são prenhes de significação sobre as sociedades do passado e sobre as ligações entre o presente e o passado, de sorte que o horizonte da cultura material constitui-se um caminho bastante profícuo para as políticas patrimoniais, inclusive pela intensa interação que possibilita com as práticas de extroversão patrimonial, no campo museal, turístico ou educativo. A didática do patrimônio pode se beneficiar amplamente do uso da cultura material. Exemplo disso é a metodologia da “dinâmica do objeto”, bastante propagada entre os praticantes da educação patrimonial.

Minicurso

Dias 3 a 7/12 – das 8h às 10h

Título: “Iconografia no Estudo da História Antiga: teoria, método e temas”

Objetivo: O minicurso tem como objetivo apresentar algumas perspectivas de estudo da iconografia na História antiga, abordando aspectos teóricos e metodológicos, a título de introdução, e, posteriormente, aprofundando dois temas, um da esfera cotidiana (da festa) e outro da esfera mitológica, de modo a evidenciar os procedimentos de interpretação do material, por meio do diálogo entre as fontes visuais e literárias. Finalmente, o minicurso será encerrado com um estudo de recepção da antiguidade, apontando a relevância das formas materiais e visuais no estudo da recepção da Antiguidade no cenário da urbanização das cidades brasileiras nos séculos XIX e XX, na contramão da corrente predominante nos estudos de recepção, que priorizam as tradições literárias. Deste modo, o estudo da iconografia grega se encontra com os estudos do patrimônio cultural brasileiro, na medida em que as cidades brasileiras estão povoadas por elementos visuais figurativos que remetem à Antiguidade.

1º encontro: Aspectos teóricos e metodológicos dos estudos de iconografia dos vasos gregos.

2º encontro: Iconografia do kômos, uma festa de extravasamento e transgressão cultural. Testemunhos literários e iconográficos (séc. VI-IV a.C.)

3º encontro: Narrativas do embate musical entre Apolo e Mársias e o lugar do mito na conformação da memória e da identidade: interfaces entre tradições visuais, orais e literárias

4º encontro: Imagens de tradição greco-romana no patrimônio cultural brasileiro: a iconografia e a cultura material nos estudos da recepção da Antiguidade.

Seção: Notícias