O arqueólogo Bruno Ranzani da Silva, docente temporário do Departamento de Antropologia e Arqueologia da UFPel, faz parte da equipe de arqueologia que mantém um projeto tri-nacional na Península Antártica. Desde 2009, o arqueólogo Andrés Zarankin (Departamento de Sociologia e Antropologia da UFMG), junto com o professor Carlos Magno Guimarães (Departamento de Sociologia e Antropologia da UFMG) dirigem o Projeto “Paisagens em Branco” sobre arqueologia histórica nas ilhas Shetland do Sul, na Península Antártica.
O Projeto teria se iniciado nos anos 1990 na Argentina, encabeçado pelo professor Zarankin e pela professora Ximena Senatore. Com o ingresso do professor Zarankin na Universidade Federal de Minas Gerais e a parceria com a Marinha do Brasil, coordenadora do Programa Antártico Brasileiro, “Paisagens em Branco” se torna um projeto trinacional (Argentina, Brasil e, posteriormente, Chile) com sede na UFMG. A universidade dispõe do Laboratório de Estudos Polares em Ciências Humanas (LEACH), e sediou em 2010, o I Encontro Latino Americano de Antropologia e Arqueologia Polar.
O foco do projeto é o estudos de assentamento de caçadores de focas e baleias, em sua maioria americanos e ingleses, remanescentes do comércio de peles entre o final do séc. XVIII e começo do séc. XIX. A expansão do capitalismo mundial leva à conquista de novos territórios em busca de produtos com alto valor de mercado. A colonização da Antártida é parte desse processo.
A questão levantada pela pesquisa arqueológica é como viviam cotidianamente esses caçadores: como reagiam ao ambiente inóspito? Que tipo de relações desenvolviam entre eles (considerando o contexto hierárquico da vida naval e a segregação típica da sociedade capitalista)? “Paisagens em branco” reúne pesquisadores em sociologia, antropologia, conservação e restauro e arqueologia.
Bruno Sanches faz parte do Projeto desde 2011, interessado nas repercussões do trabalho arqueológico na Antártida nos meios midiáticos e dentro do próprio Programa Antártico Brasileiro. Formado em história pela Unicamp, mestre em Antropologia (concentração em arqueologia) pela UFMG, Bruno tem trabalhado com as relações sociais e políticas envolvidas no trabalho arqueológico.