No próximo dia 22, às 16h, no Auditório do campus da UFPel, o escritor João Gilberto Noll estará participando de um “Bate-papo com o autor”. O evento faz parte das atividades da Semana Acadêmica de Letras, promovida pelos estudantes dos cursos de Letras da Universidade Federal de Pelotas. No mesmo dia e no mesmo local, às 19h, Noll também participará de mesa-redonda sobre “Narrativa brasileira contemporânea”, na companhia dos professores Rita Lenira Bittencourt (UFGRS), Claudia Lorena Vouto da Fonseca (UFPel) e João Manuel dos Santos Cunha (UFPel). Ambos os eventos, destinados inicialmente aos estudantes de Letras, são abertos também à comunidade em geral.
João Gilberto Noll nasceu em Porto Alegre em 1946. Iniciou seus estudos de Letras na Universidade Federal do Rio Grande do Sul, curso que veio a concluir na Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro. Tem 13 livros publicados. Sua primeira obra foi O cego e a dançarina (contos, 1980), pela qual recebeu o Prêmio Revelação da APCA e o Prêmio Jabuti de 1981 (categoria autor revelação/literatura adulta). Um dos contos desse livro, “Alguma coisa urgentemente” foi adaptado para o cinema, por Murilo Salles, com o título de Nunca fomos tão felizes. Outras três de suas obras também foram traduzidas em filmes, os romances Harmada (Prêmio Jabuti de 1994: categoria romance), por Maurice Capovilla; Hotel Atlântico, pela diretora Suzana Amaral, e Rastros de Verão, curta-metragem baseado no romance de mesmo título, dirigido por Fabiano de Souza. A céu aberto foi agraciado com o Prêmio Jabuti de 1997 (categoria romance) e Berkeley em Bellagio foi finalista do Prêmio Portugal Telecom de 2003. Mínimos, múltiplos, comuns recebeu o Prêmio da Academia Brasileira de Letras e foi finalista do Prêmio Jabuti em 2004 (categoria contos e crônicas). O Prêmio Portugal Telecom de Literatura Brasileira também o colocou entre seus finalistas de 2004. Noll foi bolsista e professor convidado da Universidade de Berkeley, nos Estados Unidos, além de escritor residente no King’s College, em Londres, em 2004, origem de seu livro Lorde (Prêmio Jabuti de 2005: categoria romance). Com Acenos e afagos, obteve o 2º lugar do Prêmio Portugal Telecom de 2009. Em 2009, lançou dois livros para o público juvenil, O nervo da noite e Sou eu! e, em 2010, o romance Anjo das ondas, também indicado a diversos prêmios, dentre os quais o Prêmio Portugal Telecom de Literatura Portuguesa, em 2011, na categoria Romance Brasileiro.
Sua obra é traduzida e estudada nos Estados Unidos, na Itália, na Grã-Bretanha e na Argentina, tendo sido objeto de pesquisa em dezenas de dissertações de mestrado e de teses de doutorado.
Em maio deste ano Noll “inaugurou” o quarto de Fernando Pessoa, a convite da escritora Inês Pedrosa, diretora da Casa de Fernando Pessoa, em Lisboa, dormindo por uma noite na cama que foi do poeta português. Noll foi o primeiro escritor a participar do projeto que pretende levar autores de todo o mundo para viver a experiência e, eventualmente, produzir narrativa literária sobre o fato.
Declarações de Noll sobre literatura: “Vejo a literatura como acontecimento, não apenas como espelho das questões sociais mais imediatas. Mas que ela traga o leitor para um horizonte ritualístico, um horizonte litúrgico. É como se ele sentasse, que fosse lá no palco e participasse junto com o ator. Ando muito preocupado com essa questão da liturgia, do ritual. Sou um escritor de linguagem, pelo método com o qual escrevo fica claro isso. Tento captar a realidade através do que a linguagem me indica.”