Nos dias 18 e 19 de agosto estará em Pelotas o pianista Bruno Amalfitano, argentino da cidade de Mar Del Plata que chega ao Rio Grande do Sul para apresentar um repertório exclusivamente dedicado a compositores de seu país. Neste evento, está sendo divulgado um grupo de composições que dificilmente serão ouvidas novamente em Pelotas.
Trata-se de uma tournée englobando compositores de carreira que se dedicaram à produção de música para piano de concerto. Obras de cunho nacionalista argentino e outras de abordagem estética distinta serão apresentadas em um recital às 19h30min do dia 18 de agosto, quinta-feira, no Conservatório de Música da UFPel.
O jovem músico vem apresentando este trabalho em várias cidades argentinas e recentemente esteve no México e na Bélgica. Depois de passar pelo Brasil, onde apresentará recitais e palestras na UFRGS e na UFPel, ainda irá até o Chile para concluir seu giro internacional.
Além do recital, Bruno Amalfitano dará uma conferência, na sexta-feira(19), às 18h15min, quando discorrerá sobre os principais compositores argentinos desde o século XIX até fins do século XX, citando obras, nomes e correntes estéticas distintas em um apanhado histórico privilegiado pelo foco de um nativo que desenvolve pesquisas sobre o assunto. A entrada é franca para ambos os eventos.
Trata-se de uma oportunidade única para prestigiar, desfrutar e conhecer o repertório pianístico de nossos vizinhos irmãos, os quais têm muito de sua cultura em comum com o extremo sul do Brasil.
O evento conta com o apoio do Consulado Geral da República Argentina, através do empenho do Ilmo Sr Cônsul Geral Adjunto da Argentina em Porto Alegre, Júlio Devoto Martinez.
Serviço:
“Um Panorama da Música Argentina para Piano” com Bruno Amalfitano.
18/08/11, quinta, às 19h30min: Recital de piano solo.
19/08/11, sexta, às 18h15min: Palestra – A Música Pianística Argentina (idioma: espanhol).
Onde: Conservatório de Música da UFPEL (R. Félix da Cunha, 651).
Coordenação Geral: Prof. Germano Mayer.
Resumo da Conferência:
A presente conferência tem como propósito expor um panorama da música acadêmica para piano composta na Argentina desde meados do séc. XIX a partir do marco dos compositores coetâneos Juan Pedro Esnaola (1808 – 1878), Amancio Alcorta (1805 - 1862) e Juan Bautista Alberdi (1810 - 1884).
Tomando este ponto de partida, devem ser enunciados de acordo com um critério cronológico os compositores argentinos mais representativos que transitaram desde então até o final do séc. XX. Ter-se-á em conta que compositores como Alberto Williams (1862 - 1952), Julián Aguirre (1868 - 1924), Carlos López Buchardo (1881 - 1948), Ernesto Drangosch (1882 - 1925), Felipe Boero (1884 - 1958), Luis Gianneo (1898 - 1968), Juan Carlos Paz (1901 - 1972), Carlos Guastavino (1912 - 2000) e Alberto Ginastera (1916 - 1983) firmaram, entre outros criadores, os pilares da música acadêmica argentina.
Não seria possível realizar um panorama de tão amplo e complexo processo criador sem uma metodologia de análise que permita integrar os aspectos estilísticos, culturais, sociais e políticos que atuaram em tal desenvolvimento. E será a partir desta metodologia que se contemplará o objeto de estudo. Portanto, devem ser prioritariamente anunciadas, analisadas e ouvidas as obras pianísticas mais representativas dos compositores mencionados: aquelas que desde seu marco de criação devem definir as “etapas compositivas” que são as que determinam correntes estilísticas.
De maneira parcial, mas sem descartar sua importância, devem ser contemplados os aspectos contextuais, tanto culturais, sociais e políticos que marcaram este processo criador. A análise busca pontos de referência a partir da vinculação contextual; concentrar a atenção aos pontos que unem processos históricos que permitam estabelecer com transparência uma linha de continuidade histórica.
