A experiência de universidades situadas em diferentes regiões do país e suas iniciativas de integração com instituições e comunidades de países limítrofes continuou a ser o foco das conferências realizadas na manhã desta quinta-feira(26), como parte da programação do 2º Seminário Internacional Permanente: Universidade e Integração Fronteiriça, que se desenvolve até esta sexta-feira na UFPel.
No painel “Desafios e perspectivas para a pesquisa e extensão no Arco Norte de Integração: a experiência da Região Norte – Brasil, Venezuela, Guiana e Colômbia, o reitor da Universidade Federal de Rondônia (UFRR), Roberto Ramos Santos, apresentou as principais ações de sua instituição nas áreas de extensão, pesquisa e graduação. Ele destacou projetos como o de combate à exploração sexual, ações voltadas à saúde da mulher, extensivas a comunidades indígenas, bem como a oferta de licenciatura intercultural para professores indígenas na fronteira do Brasil com a Venezuela.
Segundo o reitor da UFRR, o bom relacionamento com instituições da Guiana e do Suriname permitirá o lançamento de um livro, produzido em conjunto por pesquisadores dos três países. Ele informou também que a universidade está construindo o chamado Centro Amazônico de Fronteira, que, além de discutir as questões relacionadas ao Arco Norte, oferecerá um núcleo de capacitação.Dentro do mesmo painel, a professora Lucy Delgado, da Universidad de La Salle, Colômbia, lembrou ações bilaterais mantidas por sua instituição com a UFPel, que levarão a geração de programas de dupla titulação ou titulação conjunta, encontros e missões acadêmicas e a ações voltadas ao desenvolvimento fronteiriço.
A Universidad de La Salle planeja realizar no mês de outubro, em parceria com a UFPel, o Congresso Internacional de Escolas Superiores de Gastronomia, com o objetivo de buscar a internacionalização dos currículos e a constituição de uma rede internacional de escolas de gastronomia.A instituição colombiana busca ampliar a cooperação com instituições brasileiras, no sentido de criar programas que incentivem o desenvolvimento fronteiriço e a maior flexibilidade nas ações curriculares e em termos de mobilidade acadêmica, bem como integrar a iniciativa privada nas ações de cooperação binacional.
Segundo Lucy Delgado, a integração em áreas de fronteira carece de estímulos econômicos nesse sentido.Fechando o painel inicial, o pró-reitor de Extensão e Cultura da Universidade Federal do Acre (UFAC), Gilberto Francisco Dalmolin, relatou os convênios entre a UFAC e instituições peruanas e bolivianas, com destaque para o intercâmbio de estudantes e docentes nas áreas de agronomia, engenharia, economia, enfermagem e medicina, para ações na área de direitos humanos, e para a implantação de um campus da UFAC na fronteira do Alto Acre e núcleos disseminados em vários pontos da tríplice fronteira.
Desafios da fronteira Brasil, Paraguai e Bolívia
A área de influência da UFMs compreende um raio de aproximadamente 500 quilômetros, com o que suas ações repercutem em outros estados brasileiros e em países limítrofes.De sua parte, o pró-reitor de Pesquisa da Universidade Federal do Mato Grosso (UFMT), Adnauer Tarquínio Daltro, admitiu a incipiência das ações da UFMT na área de integração, observando, porém, que programas da instituição têm aberto discussões sobre as questões de fronteira em áreas como educação, ecologia e conservação da biodiversidade, agricultura tropical, história, geografia, saúde coletiva e estudos de linguagem.