Casos e presivibilidades atmosféricas, eventos extremos de precipitação nas regiões Sul e Sudeste do país e suas tendências nas últimas décadas, análise dos aspectos de mesoescala sobre a Zona de convergência do Atlântico Sul, influências das mudanças climáticas sobre a vegetação, aquecimento global, disponibilidade de água no futuro, prevenção de catástrofes através de alertas, variabilidade das chuvas de verão na América do Sul e suas possíveis teleconexões com a África, aplicações da meteorologia no setor elétrico. Estes e outros temas serão discutidos ao longo desta semana no 4º Encontro Sulbrasileiro de Meteorologia, aberto nesta segunda-feira na UFPel.
Com a temática geral “A atmosfera e sua influência na sociedade”, o evento, promovido pelo Programa de Educação Tutorial da Faculdade de Meteorologia da UFPel (PET/Meteorologia), se realiza até sexta-feira no auditório da Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel e nas dependências da Faculdade de Meteorologia, no campus Capão do Leão. Destaque para as presenças de pesquisadores e participantes de diversas instituições do país, como Impa, IF-SC, UFAL, Funceme, Sipam e UFPR.
Segundo os organizadores, a realização do evento, em sua quarta edição, cresce de importância diante dos impactos de fenômenos meteorológicos verificados cada vez mais com maior frequência. “Visto a necessidade de prevenir e amenizar os efeitos destes fenômenos, a meteorologia busca entender as sistemáticas destes e aprimorar as tecnologias empregadas neste âmbito, a fim de poder alertar populações em situações de risco. Para tanto, é necessário que haja integração dos atuais profissionais e pesquisadores no ramo da meteorologia, como também profissionais de áreas afins, com o intuito de difundir o estudo, atuação e os avanços da meteorologia”, justificam.
O 4º Encontro Sulbrasileiro de Meteorologia busca proporcionar um espaço de discussão sobre as atuais tecnologias e os novos desafios que a meteorologia e o meio ambiente enfrentarão nos próximos anos.
Na abertura do evento, o vice-diretor da Faculdade, professor Gilberto Barbosa Diniz fez um histórico sobre a Faculdade de Meteorologia da UFPel, lembrando que a Universidade iniciou as atividades de ensino e pesquisa na área de ciências atmosféricas em 1979, sendo, até o ano de 2004, a única instituição federal de ensino a abrigar um curso de meteorologia na região Sul do Brasil. No início era apenas um curso de graduação dentro do Departamento de Física do Instituto de Física e Matemática. Depois foi criado o Departamento de Meteorologia e a Faculdade de Meteorologia.
“Muitos foram os desafios e trabalho que emprendemos para chegarmos a atual estrutura acadêmica, constituída pelo Departamento de Meteorologia, Centro de Pesquisas e Previsões Meteorológicas (CPPMet) e Núcleo de Meteorologia Aplicada”, observou Diniz. A Faculdade é uma das poucas unidades acadêmicas a ter um Centro de Meteorologia com atividades operacionais nas áreas de previsão do tempo, apoiando as atividades de ensino e treinamento de alunos. OCPPMet conta, em sua estrutura física, com um radar meteorológico, temporariamente desativado, mas cuja reoperacionalização é meta principal da Faculdade de Meteorologia. Em seus 32 anos de existência, o curso de Meteorologia da UFPel já formou quase 300 meteorologistas, os quais atuam nas mais diversas instituições do país e até do exterior. O curso de pós-graduação, reconhecido pela Capes, teve, a partir de 1998, cerca de 60 dissertações defendidas, 25 das quais em climatologia e as restantes nas áreas de meso e micro-escalas. “Sem querer ser pretencioso, costumo dizer que existem duas histórias da meteorologia brasileira, uma antes do curso da UFPel e outra depois”, afirmou o vice-diretor, lembrando dos eventos já realizados pela Unidade, entre os quais destacam-se os encontros sulbrasileiros, a partir de 2006, cuja primeira e quarta edição estiveram a cargo da UFPel.
Na oportunidade, o tutor do Grupo PET-Meteorologia, professor João Carlos Torres Viana, destacou que o estudo dos problemas meteorlógicos tem repercussões diretas junto à sociedade. Presente ao ato, o vice-prefeito de Pelotas e coordenador municipal de Defesa Civil, Fabrício Tavares, frisou a importância da atuação preventiva no sentido de minimizar os efeitos dos eventos climáticos adversos.
Fechando a cerimônia inaugural, o vice-reitor da UFPel, professor Manoel Luiz Brenner de Moraes, no exercício da reitoria, manifestou a expectativa de que o evento se consolide como um fórum para a discussão dos fenômenos climáticos, levando à maior clareza no seu enfrentamento.