À sociedade gaúcha,
Diretório Central dos Estudantes da Universidade Federal de Pelotas
Gestão Todas as Cores – 2010/2011
O Diretório Central dos Estudantes da Universidade Federal de Pelotas (UFPEL) vem a publico, através deste, manifestar o seu total repúdio pelos atos de violência, motivados pelo racismo e pela xenofobia, praticados recentemente em Jaguarão - Rio Grande do Sul - contra o estudante da Universidade Federal do Pampa (UNIPAMPA), Helder Santos, que foi covardemente agredido por policiais militares do já referido munícipio.
O racismo institucional praticado pelos aparatos estatais há muito é recorrente no Brasil. Abordagens violentas, racistas e tomadas de abuso de poder não são fatos isolados. Todos nós conhecemos algum/a cidadão negro/a que já foi vitima de ações semelhantes, manifestada principalmente nas práticas e comportamentos discriminatórias adotados no trabalho cotidiano das instituições. O abuso de poder da polícia nas abordagens dos jovens negros/as deve ser combatido, eliminado, garantindo a dignidade desta parcela da população que há mais de 500 anos tem seus direitos fundamentais ignorados.
Contudo, sabemos que a noção de discriminação é socialmente construída e por isso deve ser erradicada da sociedade, em todas as suas formas. Nós do DCE UFPEL, assumimos publicamente o compromisso de enfrentar o racismo, a xenofobia, o machismo, a homofobia e toda e qualquer forma de preconceito que vise à dominação de um grupo pelo outro.
A população brasileira, em especial os/as gaúchos/as, necessita agir; é chegada a hora de compreender que os casos de discriminação que presenciamos cotidianamente não são naturais, mas sim estratégias que objetivam a submissão de negros/as, indígenas, gays, lésbicas, travestis, transexuais, bissexuais e mulheres. Estes atos precisam ser duramente combatidos. Não iremos mais nos contentar com apatias! Queremos um estado, um país, uma universidade onde as pessoas sejam julgadas por suas ações e não pela sua expressão sexual, pelo seu gênero, pela sua cor de pele.
Não iremos nos retirar da luta por uma sociedade que seja de fato igualitária, uma sociedade que seja realmente estruturada para garantir os direitos de todos/as.
“ Do rio que tudo arrasta, diz-se que é violento. Mas ninguém chama violentas às margens que o comprimem.”