A empresa Marsou Engenharia, de Goiânia (GO), vencedora da licitação para as obras de restauração do Casarão 8 da praça Coronel Pedro Osório, assumiu o compromisso de concluir as reformas até julho de 2012, quando Pelotas comemorará seu 200º aniversário.
“Faremos todo o empenho para que este tradicional exemplar do patrimônio arquitetônico do município seja devolvido à comunidade até a data dos 200 anos de Pelotas”, anunciou nesta semana o diretor da empresa, engenheiro Vicente Souto Jr, em visita à cidade, para acompanhar o início das obras. Ele prometeu antecipar o prazo de 24 meses originariamente previsto no projeto de restauração do imóvel. Segundo Souto Jr., estarão envolvidas nos trabalhos, iniciados na segunda-feira(14), de vinte a trinta pessoas, incluindo uma arquiteta residente, um engenheiro, encarregado de obra, artífices e demais operários.
Entusiasmado com o restauro definitivo do prédio, que representa mais uma contribuição da UFPel para o fortalecimento da memória local e da diversidade cultural da cidade, o reitor Cesar Borges vistoriou a etapa inicial das obras na quinta-feira, acompanhado pelo diretor da Marsou Engenharia e por profissionais encarregados do trabalho.
A assinatura do contrato com a empresa vencedora da licitação foi assinado no dia 25 de fevereiro. O edital havia sido lançado em agosto de 2010, junto ao Núcleo de Assessoramento Jurídico da Advocacia-Geral da União,
Numa etapa anterior, em caráter emergencial, a Universidade iniciara em 2009 uma intervenção no Casarão, com o intuito de conter o processo de degradação que o prédio sofria em função da ação do tempo, da falta de manutenção e de cuidados adequados. Na oportunidade, foram feitos reforços na estrutura, recuperação de esquadrias, recuperação da instalação elétrica, entre outras medidas emergenciais.
O restauro definitivo
Com orçamento de R$ 2,4 milhões, o projeto de restauro definitivo mantém todas as características originais do imóvel e foi aprovado pelo Instituto do Patrimônio Histórico Artístico Nacional (Iphan), após longo período de análise. Considerando o interesso público e científico, o Casarão sediará o Museu do Doce e o Museu da Antropologia e Arqueologia, além de uma sala de cinema, auditório, salas de exposição permanente, uma sala de exposição temporária, espaço para oficinas e ações educativas, um laboratório de conservação, setor administrativo, área de acolhimento e convivência e um local destinado para estudos e pesquisas.
Construído em 1878 pelo conselheiro Francisco Antunes Maciel, o Casarão 8 foi tombado em nível federal pelo Iphan em 1977. O Instituto considera o prédio o segundo mais belo patrimônio do país. A obra é atribuída ao arquiteto italiano José Isella, autor também da capela da Santa Casa de Pelotas. Ganha destaque na obra a riqueza de elementos arquitetônicos da fachada com ornatos em estuque, balaústres e estátuas em faiança.
