Resultado das sugestões apresentadas pelos participantes do Fórum Internacional A Sustentabilidade no Século XXI – Meio Ambiente e Saúde em debate, realizado pela UFPel em Pelotas, de terça a quinta-feira(11), foi lançada no fim do evento uma Carta com diretrizes na área da sustentabilidade a serem seguidas pelas Instituições de Ensino Superior. O Fórum reuniu 350 participantes de todo o país e do exterior e foi considerado pelo reitor Cesar Borges como o melhor evento já realizado na Universidade, pelo alto nível dos palestrantes e dos debates.
A Carta do Fórum, lida no encerramento do encontro, afirma que devem ser estimuladas as pesquisas sobre educação ambiental e gestão de resíduos nas Instituições de Ensino Superior e que estas entidades devem compartilhar informações e experiências na área. O documento considera ainda, entre outros pontos, que cláusulas referentes às questões ambientais e de sustentabilidade devem ser inseridas nos editais de fomento à pesquisa e de licitações das Instituições.
O próximo Simpósio sobre Gerenciamento de Resíduos em Universidades ocorrerá na Universidade Federal de Santa Maria, daqui a dois anos. Em sua fala de agradecimento, no encerramento do evento, o reitor da UFPel fez uma referência à participação de jovens acadêmicos da Universidade no Fórum e cumprimentou especialmente a representação da Itaipu Binacional no encontro, lembrando a criação pelo Governo Federal da Universidade da Integração Latino-Americana, que passará a funcionar na região daquela usina hidroelétrica.
Em chamas
Durante a última mesa-redonda do Fórum, que tratou sobre Saúde, Ambiente e Sustentabilidade, o professor e pesquisador da Furg Antônio Philomena lançou uma informação alarmante. Disse que durante o tempo que durou sua manifestação, cerca de 20 minutos, uma área equivalente a quatro campos de futebol foi queimada na Amazônia. “O Brasil está em chamas”, disse, em tom irônico e de alerta ao mesmo tempo. Para o pesquisador, as queimadas constituem-se num dos principais problemas ambientais do país.
Na mesma mesa-redonda, o representante da Ordem dos Advogados do Brasil(OAB) Marcino Rodrigues Júnior disse que o tema ambiental deve ser uma questão de Estado, e não de governo, em função das sucessivas trocas dos titulares dos órgãos responsáveis por esta área. “Só a sociedade poderá mudar isto, fazendo pressão sobre os governos”, conclamou. Palestraram na mesa-redonda ainda um dos diretores da Itaipu Binacional, Joel de Lima, que abordou a importância da usina para a integração regional e as ações sócio-ambientais desenvolvidas pela organização, e o professor da Universidade de Brasília Christian Guy Caubet, que falou sobre os efeitos dos agrotóxicos sobre as saúdes humana e ambiental.
A última palestra do encontro coube à representante do Departamento de Vigilância em Saúde Ambiental e Saúde do Trabalhador do Ministério da Saúde, Janaína Maria Silva. O órgão é responsável, entre outras atribuições, pela vigilância da qualidade da água, da contaminação do solo e do ar e da exposição das pessoas a todos este riscos. Faz ainda o controle da exposição a substâncias químicas e atua em casos de desastres ambientais e naturais. A especialista do Ministério da Saúde fez alusão também ao Sistema de Informação Ambiental(Sisam), que disponibiliza, na internet, dados sobre o tema em todo o país.