De 20 a 22 deste mês, o grupo de Teatro do Oprimido na Comunidade (Toco), projeto de Extensão da Universidade Federal de Pelotas (UFPel), estará participando do XII Fórum de Estudos: Leituras de Paulo Freire, realizado na Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS), na capital gaúcha. Sob coordenação da professora Fabiane Tejada, acadêmicos dos cursos de Teatro Licenciatura desenvolverão a metodologia sistematizada e popularizada mundialmente pelo teatrólogo brasileiro Augusto Boal, que morreu em 2 de maio de 2009: o teatro-fórum.
Utilizando-se do método sistematizado por Boal, os acadêmicos/atores encenam um esquete que apresenta uma situação de opressão, abrindo espaço para a participação dos “espect-atores”, que poderão assumir os personagens, na cena, e mostrar - através da dramatização - como a personagem deveria agir/reagir para modificar a situação de opressão.
Inspirado nas propostas do educador Paulo Freire, Boal entendia o teatro como instrumento de emancipação política e de transformação da sociedade - ao identificar-se com situações de opressão apresentadas, o “espect-ator” poderia repensar sua própria postura diante destas opressões. Indicado ao prêmio Nobel da Paz em 2008, em reconhecimento a seu trabalho com o Teatro do Oprimido, Boal defendia que o teatro deveria ir ao público - e não esperar por ele. Os 22 livros escritos pelo conceituado teatrólogo foram traduzidos em mais de 20 idiomas e sua metodologia é desenvolvida em mais de 50 países nos cinco continentes do mundo.
Acadêmicos que integram o Toco: Ana Alice Müller , Celio Soares Júnior, Lucia Elaine Berndt, Joice Lima, Paulo Alfrino Borba e Roberta Bandeira. No dia 6 de fevereiro, o grupo fez teatro-fórum no Dunas, integrando a programação do Fórum Social de Periferias, e no dia 8 de maio, na Colônia de Pescadores Z-3, trabalhando a metodologia com as mulheres daquela comunidade.