Estudo realizado pela aluna do mestrado profissional do Centro de Pesquisa Epidemiológica (UFPEL), Cleusa Jaccottet, orientada pelo Prof. Dr. Aluísio Barros, avaliou as necessidades de tratamento odontológico da população acima de 15 anos da cidade de Pelotas e analisou a capacidade do serviço público odontológico do município em atendê-la. A Defesa acontecerá no dia 15 de dezembro, às 16h, no Auditório Kurt Kloetzel, do Centro de Pesquisa em Saúde Dr. Amílcar Gigante.
Estimativas
As necessidades foram estimadas em termos de extrações, restaurações (obturações de dentes cariados) e tratamento de gengiva. Calculou-se que 37.000 indivíduos (somando mais de 107.000 dentes) necessitam de extração, 93.000 indivíduos (somando mais de 274.000 dentes) necessitam de restauração e 108.000 indivíduos necessitam de tratamento de gengiva. Para o tratamento dessas necessidades seriam necessários, no mínimo, 680.000 atendimentos. Se levarmos em consideração a capacidade de atendimento do serviço de saúde bucal do município, seriam necessários cerca de 14 anos para que a rede pública conseguisse dar conta do atendimento apenas dessas necessidades.
Estudo
Os dados referentes às doenças bucais em nível de populações são normalmente avaliados por índices, entretanto, o presente estudo quantificou as necessidades em termos absolutos para poder conseguir estimar a quantidade de atendimentos que o serviço municipal teria que dar conta.
Este tipo de análise é importante, pois fornece elementos para o planejamento das ações de saúde.
A surpreendente quantidade de necessidades de tratamento acumulada, de um lado, e a insuficiente capacidade de atendimento da rede pública indicam a necessidade de reorganização da assistência odontológica. Esta reorganização poderia ser realizada com base em dois princípios:
· levantamento das necessidades em saúde bucal da população levando em consideração não somente critérios administrativos.
· implantação de um programa de promoção de saúde e prevenção das doenças bucais, que possibilite à população, especialmente a de menor renda, o acesso ao conhecimento necessário para prevenção das doenças bucais.
Sendo assim, com serviços planejados para trabalhar tanto em prevenção como no atendimento à população, podemos ter a médio e longo prazo, uma população mais saudável.