Grupo de epidemiologistas e gestores da área da saúde, reunidos na manhã desta quarta-feira(5) , no Centro de Pesquisas Epidemiológicas da UFPel, apresentou considerações com relação à epidemia de Gripe H1N1. Veja as íntegras das cartas elaboradas durante o “Café do Doutorado”, promovido pelo Programa de Pós-Graduação em Epidemiologia:
Carta à imprensa
Café do doutorado, promovido pelo Programa de Pós-graduação em Epidemiologia da Universidade Federal de Pelotas
Pelotas, 06 de agosto de 2009
O grupo de epidemiologistas e gestores, reunidos na manhã de hoje, no Centro de Pesquisas Epidemiológicas, vem por meio desta, apresentar suas considerações com relação à epidemia de Gripe H1N1.
- Epidemia é uma situação de aumento do número de casos acima do esperado para o período. Assim muitas pessoas terão a Gripe H1N1, a maioria dos casos será leve e alguns casos serão graves.
- É preciso lançar mão de todos os esforços no sentido de reduzir ao máximo a disseminação da doença através de medidas preventivas.
- pessoas com gripe devem se resguardar para evitar a transmissão da doença para outras pessoas
- os cuidados de higiene como lavar as mãos, evitar o contato com mucosas devem ser intensificados
- evite compartilhar utensílios individuais como copo, talheres, chimarão, toalhas
- evite locais fechados com aglomeração de pessoas
- o transporte coletivo deve circular sempre com janelas abertas
- pessoas com sintomas respiratórios que forem consultar, devem informar o serviço assim que chegarem e usar máscara
- somente casos graves de gripe devem ser internados
- consulte o serviço de saúde apenas se estiver se sentindo doente, consultas preventivas devem ser evitadas
Os protocolos de atendimento tem sido atualizados com grande freqüência. É fundamental que os profissionais de saúde se mantenham informados em relação a estas mudanças. Isto pode ser feito através do site do Ministério de Saúde. http://portal.saude.gov.br/portal/saude/profissional/area.cfm?id_area=1534
Os serviços de saúde devem dispor de condições para o enfrentamento da epidemia, como estrutura para higienização (sabonete líquido, toalhas descartáveis, álcool gel) e máscara para o uso dos profissionais de saúde e para os pacientes que tiverem sintomas respiratórios.
É preciso acompanhar a evolução da epidemia de forma a garantir acesso a medicação antiviral (oseltamivir) para os casos em que o tratamento for indicado, bem como estrutura de alta complexidade (leitos hospitalares e de UTI) para os casos mais graves.
O grupo se coloca disposição do Comitê de Enfrentamento da Influenza para contribuir no enfrentamento da epidemia.
Carta ao Prefeito Municipal de Pelotas
Café do doutorado, promovido pelo Programa de Pós-graduação em Epidemiologia da Universidade Federal de Pelotas
Pelotas, 06 de agosto de 2009
Exmo Sr Prefeito Municipal de Pelotas
Adolfo Fetter Junior
O grupo de epidemiologistas e gestores, reunidos na manhã de hoje, no Centro de Pesquisas Epidemiológicas, vem por meio desta, apresentar suas considerações com relação à epidemia de Gripe H1N1.
É preciso lançar mão de todos os esforços no sentido de reduzir ao máximo a disseminação da doença através de medidas preventivas. A educação da população é essencial, especialmente com orientações sobre o uso de espaços públicos fechados.
É preciso preparar as escolas para a volta às aulas reforçando o papel dos pais no sentido de não mandar crianças sintomáticas para a escola e o papel dos professores reforçando os hábitos de higiene como lavar as mãos. Assim, é preciso que todas as escolas (públicas e privadas) garantam acesso a sabonete líquido, toalhas descartáveis e álcool gel.
É preciso que os profissionais de saúde tenham acesso as informações atualizadas, tanto sobre os protocolos quanto sobre os fluxos de pacientes e medicação.
É fundamental garantir aos serviços de saúde estrutura para higienização (sabonete líquido, toalhas descartáveis, álcool gel) e máscara para o uso dos profissionais de saúde e para os pacientes que tiverem sintomas respiratórios.
O grupo sugere que seja criado um serviço de plantão de 24 horas para dispensação do antiviral oseltamivir, evitando internações desnecessárias, necessidade de busca de serviços de referência (Pronto Socorro, Tenda) e retardo no início do tratamento.
É preocupante que a estrutura disponível particularmente em relação à quantidade de medicação antiviral (oseltamivir) e disponibilidade de leitos hospitalares e UTI seja insuficiente para o enfrentamento da epidemia. A epidemia deve ser acompanhada no sentido de adequar a estrutura às necessidades.
O grupo se coloca disposição do Comitê de Enfrentamento da Influenza para contribuir no enfrentamento da epidemia.