Coordenadoria de Comunicação Social

Universidade Federal de Pelotas

Núcleo de Teatro apresenta espetáculo Crias no Presídio

16 de Julho de 2009

O Núcleo de Teatro Universitário, projeto do Departamento de Arte e Cultura da Pró-Reitoria de Extensão e Cultura da UFPel, apresenta nesta quinta-feira(16) oespetáculo Crias, uma releitura do texto “As Criadas” de Jean Genet, no Presídio Regional de Pelotas. Crias é um espetáculo que é fruto de uma pesquisa intitulada “A formação do professor-artista: a reeducação do sensível”, realizada pelo Coordenador do Núcleo de Teatro, professor Adriano Moraes, no Programa de Pós-Graduação em Educação da UFPel.

Nesse espetáculo três atores experimentam elementos de duas poéticas de ator que tem um ponto em comum, a ação física orgânica como componente estruturante da criação atoral. A primeira das poéticas é a desenvolvida por Stanislavski na Rússia do início do Século XX. A partir da leitura dos textos do mestre russo, os alunos-atores dos cursos de Teatro e Dança-Teatro, sujeitos da pesquisa, assumem rotinas de trabalho como comprometimento físico e psíquico; desenvolvimento da imaginação criativa; concentração da atenção visando a composição de objetivos orgânicos e variação de tempos-ritmos de movimento e fala.

A segunda poética que inspira aos atores nessa trajetória de pesquisa é a desenvolvida pelo polonês Jerzy Grotowski. Nesse caso são adotados os elementos treinamento físico e vocal, criação de cenas por meio da representação de símbolos e a utilização de componentes ritualísticos que valorizam a relação entre ator versus espectador, isto é, a teatralidade e o imaginário que sustenta as representações sociais.

Em Crias, os espectadores têm contato com três atores que representam três criadas, que representam outras criadas, que confrontam com ainda outras representações de madames. Não há personagem fixo para cada ator. A dramaturgia se apóia justamente na constante troca de máscaras pelos alunos-atores-pesquisadores. É possível, em Crias, perceber o trabalho de ator e, ao mesmo tempo, a brilhante dramaturgia de Jean Genet.

Seção: Notícias