Os calouros do curso de Enfermagem e Obstetrícia da UFPel foram recebidos com várias novidades neste semestre. Além do seminário de boas-vindas, a Faculdade de Enfermagem apresentou aos alunos a nova grade curricular desenvolvida após sete anos de estudos. Para a coordenadora do colegiado, Afra de Souza, o novo currículo é “permeado de muita sensibilidade”, isso porque além dos novos compostos curriculares o curso inova na humanização do ensino.
Já no primeiro semestre os alunos têm a oportunidade de ir para uma Unidade Básica de Saúde (UBS). No currículo antigo isso acontecia apenas no quarto semestre. A inserção precoce dos alunos na realidade da saúde brasileira e no contexto do Sistema Único de Saúde (SUS) contribui para a formação do aluno. “Quando cheguei ao posto de saúde no quarto semestre, não sabia como cumprimentar o paciente e como acordá-lo para aferir a pressão, no novo currículo isso já é trabalhado no primeiro semestre”, conta a aluna do quinto período, Gabriela Ferreira.
Outro diferencial é que o aluno conseguirá estabelecer um vínculo no local onde irá trabalhar, pois acompanhará durante quatro anos a mesma unidade, o que não acontecia anteriormente. “O ensino agora está focado não somente na aprendizagem de uma técnica ou no uso de um instrumento, mas no conhecimento do processo, das relações e, sobretudo, no auxílio para que o aluno possa se colocar neste universo”, salienta a vice-diretora, Vanda Jardim.
A caloura Claribel Cruz está entusiasmada. Ela conheceu a comunidade da Balsa, local onde realizará o seu aprendizado prático. “Não imaginei que na segunda semana de aula já estaria aqui (UBS), observando o ambiente, conhecendo o entorno e a realidade do local onde vou trabalhar”, disse.
A avaliação que antes era somativa, agora é formativa. O aluno é avaliado em cada atividade desenvolvida, faz uma auto-avaliação, é avaliado pelo par, pelo facilitador e também avalia o facilitador em determinados momentos. “Se ele está mal, ele mesmo pode enxergar os problemas junto com o facilitador e fazer um plano de recuperação, trabalhando o que precisa ser melhorado” salientou a coordenadora do colegiado.
O novo currículo foi idealizado pela pedagoga Maria Luiza Barreto juntamente com alunos e professores da Enfermagem e possui um projeto pedagógico orientado para contribuir com a melhoria e a construção do SUS. Segundo a diretora do curso, Luciane Kantorski, o objetivo do novo currículo é formar enfermeiros generalistas, críticos, reflexivos e pró-ativos. “No final do curso o aluno terá 340h para fazer estágio especializado, porém, antes disso, ele já teve uma formação forte generalista, ou seja, em clínica médica, clínica cirúrgica, pronto-socorro e saúde materno/infantil”, disse.
As mudanças incentivam o aluno a estudar e pesquisar, dando liberdade e autonomia para que busque os subsídios necessários à sua formação. A tendência é formar profissionais com ampla visão da realidade da saúde e capacitados para intervir da melhor forma possível nos mais variados níveis de complexidade da saúde.
