Coordenadoria de Comunicação Social

Universidade Federal de Pelotas

Trote deixa de ser um motivo de ansiedade para os calouros

4 de Maio de 2009

 

turma-de-biotecnologia-participa-de-trote-solidario.JPGDepois de meses de dedicação aos estudos, a alegria de ter passado no vestibular passou a ser preocupação. O motivo é o trote, que faz parte do ritual de iniciação da vida universitária e, que muitas vezes, ganha as manchetes da mídia pela violência com que é aplicado.

Foi isso que aconteceu com alguns calouros do curso de Biotecnologia da UFPel, logo após descobrirem que tinham sido aprovados no vestibular. “Meu medo não era do trote, mas ficava ansioso para saber qual dia iria ser”, conta o calouro Sidney Raiski. Já a caloura Anna Carla Peinhopf ficava imaginando o que iriam atirar nela.

Porém, o trote foi uma surpresa para estes alunos. Eles receberam a notícia que o trote não seria “sujo”, mas sim, solidário. O trote solidário transforma a tradicional brincadeira de integração entre calouros e veteranos em solidariedade. “É a oportunidade de vestir a camiseta e sair para ajudar, além disso, incentiva outras pessoas a agir com solidariedade”, conta a caloura Stéphanie Bjorknesjo.

A ação foi promovida pela primeira turma de Biotecnologia da UFPel. Segundo o veterano Elias Berneira, o objetivo é inovar, gerando uma maior repercussão e possibilitando aos estudantes, além da ação solidária, a oportunidade de conhecer o Centro de Biotecnologia da UFRGS, prêmio que será oferecido à equipe que fizer o maior número de pontos arrecadando alimentos, roupas, produtos de limpeza e higiene e conseguindo doadores de sangue.

            Para a veterana Mariana Remião, o que motivou a turma a fazer o trote solidário foi a vontade de serem recebidos desta forma quando ingressaram na universidade. “A turma do mestrado e doutorado nos recepcionou com o trote “sujo”, mas queríamos participar do trote solidário” conta.

            A cada ano as ações sociais nos trotes vêm crescendo. Segundo a pró-reitora de Graduação, Eliana Póvoas, há uma norma do Conselho Coordenador do Ensino, Pesquisa e Extensão (COCEPE) proibindo trotes agressivos na universidade. “O trote solidário é uma forma de romper a cultura dominante na universidade de tratar o calouro como um bicho”, disse.

Na UFPel, vários cursos já aderiram a idéia, entre eles, Medicina, Agronomia, Veterinária, Direito e Engenharia Madeireira. Na programação, doação de sangue, trabalho voluntário e arrecadação de donativos para instituições, compõem o cenário das recepções aos calouros. Aos poucos, o trote deixa de ser o pesadelo dos estudantes. A conscientização social ganha espaço, despertando a cidadania nos alunos que acabam de ingressar na universidade e nos que já fazem parte dela.

Seção: Notícias