Coordenadoria de Comunicação Social

Universidade Federal de Pelotas

UFPel representada em eventos de música e arte em São Paulo e México

6 de Abril de 2009

isabel.jpgA professora dra. Isabel Nogueira, diretora do Conservatório de Música da UFPel, docente do Instituto de Artes e Design (IAD) e do Mestrado em Memória Social e Patrimônio Cultural, esteve, neste mês de março, proferindo conferência e apresentando trabalhos de pesquisa em dois importantes eventos internacionais: III Encontro de Musicologia Histórica de Ribeirão Preto, promovido pela ECA/USP (realizado de 4 a 7 de março); e XIII Encontro Internacional e IX Iberoamericano de Mujeres en el Arte, realizado no México, no período de 15 a 21 de março, e promovido pelo Colectivo Mujeres en el Arte e Universidad Autônoma do México.

 

Ribeirão Preto

No Encontro de Musicologia Histórica de Ribeirão Preto, a professora Isabel Nogueira apresentou três trabalhos, desenvolvidos pelo Grupo de Pesquisa em Musicologia da UFPel, intitulados:

- Sá Pereira e Andino Abreu: modernistas na pampa por volta de 1920

- O ensino musical no RS da Primeira Republica: o Rio Grande dos conservatorios

- Música de papel: um estudo sobre a vida musical da cidade de Pelotas através das publicações periódicas no período 1918-1923

Foi ainda co-autora do trabalho “A contribuição feminina no processo de ressignificação do violão no Brasil”, também apresentado neste congresso pela mestranda Patricia Pereira Porto.

Os trabalhos apresentados foram desenvolvidos por uma equipe multidisciplinar que conta com os seguintes pesquisadores e alunos, todos integrantes do Grupo de Pesquisa em Musicologia da UFPel, coordenado pela profa. Isabel Nogueira: Luiz Guilherme Duro Goldberg, Fabiane Behling Luckow, Luciene de Bittencourt Martins, Yimi Walter Premazzi Silveira Junior, Patricia Pereira Porto.

Integram ainda o Grupo de Pesquisa os professores  Fabio Vergara Cerqueira, Francisca Ferreira Michelon e Maria Leticia Mazzucchi Ferreira.

 

Inovação na pesquisa em musicologia histórica no Brasil

A metodologia de trabalho do Grupo de Pesquisa apresenta uma proposta inovadora e pioneira no Brasil, que trata de novas fontes para a pesquisa em musicologia histórica, trabalhando com análise de programas de concerto, análise de fotografias e levantamento e estudo de notícias e críticas sobre música, publicadas nos periódicos da cidade de Pelotas no período da Primeira República, compreendidas a partir de um olhar interdisciplinar.

Tradicionalmente, a musicologia histórica ocupa-se de estudos sobre a partitura musical, entendendo-a como o documento mais importante para a história da música.

A partir dos novos conceitos em pesquisa histórica, que vem processando-se principalmente a partir da década de 60, também a musicologia vem passando por um processo de alargamento de fronteiras, do qual faz parte, por exemplo, o trabalho com notícias publicadas em periódicos de circulação local e nacional.

No entanto, o trabalho do Grupo de Pesquisa em Musicologia da UFPel caracteriza-se por trabalhar com estas fontes, e também com fotografias e programas de concerto, analisando-os de forma integrada e compreendo-os no contexto da cidade de Pelotas e do Rio Grande do Sul, com vistas a entender o papel da música no período.

Cabe observar ainda que os livros tradicionais de história da música no Brasil ocupam-se prioritariamente do sudeste do país, marcadamente Rio de Janeiro e São Paulo, entendendo que destes estados vieram os modelos pelos quais foram pautadas a organização da música, do ensino musical e da produção dos compositores de todos os demais estados do país. Os dados levantados pelos trabalhos de pesquisa da UFPel tem contribuído para modificar esta visão, dando a conhecer novas formas de organização dos Centros de Cultura Artística e dos Conservatórios de Música do RS da Primeira República em relação aos demais estados, bem como o importante papel que desempenharam as mulheres no fazer musical.

 

O Grupo de Pesquisa em Musicologia da UFPel existe desde 2001 vinculado ao Conservatório de Música da UFPel, e já publicou os livros O Pianismo na cidade de Pelota“, História Iconográfica do Conservatório de Música da UFPel e artigos em importantes revistas científicas do Brasil e exterior.

Acaba ainda de ser publicado pela Revista História de Franca, da Unesp, um artigo completo sobre o trabalho de pesquisa realizado pelo Centro de Documentação Musical, que pode ser acessado através do link Scielo http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_issuetoc&pid=0101-907420080002&lng=pt&nrm=iso

 

No mesmo congresso, a professora apresentou a conferência Perspectivas do trabalho de iniciação científica na pesquisa em musicologia histórica, integrando a mesa-redonda composta pelos professores dr. Mario Carvalho (Universidade Nova de Lisboa), dr. Pablo Sotuyo Blanco (Universidade Federal da Bahia) e dr. Diósnio Machado Neto (Universidade de São Paulo).

O congresso contou ainda com os seguintes conferencistas: prof. dr. Juan Pablo González (Universidade Católica do Chile), profa. dra. Cecília Piñero Gil (Universidade Autônoma de Madri, Espanha) e profa. dra. Ana Cervantes (Universidade de Guanajuato, México) 

 

Comuarte - México

No XIII Encontro Internacional e IX Iberoamericano de Mujeres en el Arte, realizado na cidade de Morélia, México, a professora apresentou a conferência Imágenes de mujeres intérpretes: cámbios y nuevos papeles en el sur de Brasil a comienzos del siglo XX, trabalho que vem desenvolvendo em conjunto com a mestranda Patrícia Pereira Porto e com a professora Francisca Michelon, e que foi recentemente publicado no livro “Fotografia e Memória“, organizado pela profa. Francisca e publicado pela UFPel.

No evento, foi também lido o trabalho da profa. Joana Cunha de Holanda, da UFPel, sobre “Mulheres compositoras no Brasil“, tema de pesquisa desenvolvido em sua tese de doutorado.

O Colectivo Mujeres en el Arte (Comuarte- http://www.comuarte.org/) é uma organização que pretende divulgar o trabalho de mulheres artistas em todas as suas formas, bem como trabalhos de pesquisa que tratem de recuperar o lugar da mulher criadora e intérprete na história da música e da arte, bem como dar a conhecer esta produção.

A Comuarte já existe no México, Itália, Espanha, Estados Unidos, e na assembleia final do congresso, a profa. Isabel foi escolhida para dirigir esta organização no Brasil, tratando de sua implantação e divulgação. A Comuarte realiza encontros anuais no mês de março, onde os trabalhos de mulheres artistas, bem como aqueles sobre mulheres na arte e na música podem ser divulgados mediante submissão à convocatória que é publicada no mês de maio do ano anterior ao encontro.

O evento contou com conferências, concertos, exposições e mesas-redondas sobre o tema, a cargo de pesquisadoras e artistas dos Estados Unidos, México, Espanha, Portugal e Brasil. 

Seção: Notícias