Coordenadoria de Comunicação Social

Universidade Federal de Pelotas

Trajetória socioeconômica familiar e instrução de higiene oral influenciam na necessidade de prótese dentária da população

11 de Março de 2009

          O uso e a necessidade de prótese dentária na população foram tema da dissertação de mestrado, defendida recentemente pelo cirurgião-dentista e mestre em odontologia Marcos Britto Corrêa, sob orientação do professor Flávio Fernando Demarco, dos Programas de Pós-Graduação em Odontologia e Epidemiologia da UFPel. Numa parceria entre os dois programas, o estudo foi co-orientado pelos professores Marco Peres, Karen Peres e Bernardo Horta.

O estudo foi desenvolvido por uma amostra de 720 indivíduos que pertencem à coorte dos nascidos vivos em Pelotas, em 1982. Do total de indivíduos avaliados, com idade de 24 anos, 29,7% necessitavam de algum tipo de prótese dentária enquanto apenas 2,1% faziam uso de prótese.

Indivíduos que tiveram uma trajetória de pobreza do nascimento aos 15 anos de idade tiveram uma prevalência 56% mais alta de necessidade de prótese quando comparados aos indivíduos que nunca experimentaram a pobreza nesta trajetória. Ainda, filhos de mães menos escolarizadas no momento do nascimento apresentaram uma necessidade de prótese quase três vezes maior comparados aos filhos de mães com mais de 12 anos de estudo.

Ao avaliar a influência da orientação de higiene oral recebida pelo dentista, os participantes que receberam esta orientação até os 15 anos de idade, apresentaram menor necessidade de prótese dentária aos 24 anos, revelando melhores condições de saúde bucal comparada aos indivíduos que não receberam este tipo de orientação. Isso revela a importância da prática preventiva por parte dos cirurgiões dentistas, que deve existir tanto em caráter individual, no consultório dentário, como em caráter coletivo.

Ainda, verificou-se que indivíduos que apresentavam maior ocorrência de cárie dentária aos 15 anos tiveram três vezes mais necessidade de prótese aos 24 anos comparados aos que tinham menor prevalência de cárie, revelando uma falha no sistema de saúde na interceptação do processo de cárie, culminando com a perda dos dentes.

            A banca examinadora foi composta pelos professores da UFPel, Flávio Demarco, Tatiana Pereira Cenci e Pedro Rodrigues Curi Hallal.

Seção: Notícias