Coordenadoria de Comunicação Social

Universidade Federal de Pelotas

Professoras da UFPel participam do lançamento do filme Blau Nunes, o vaqueano

17 de Dezembro de 2008

O Instituto João Simões Lopes Neto realizará o lançamento em Pelotas do documentário “Blau Nunes, o vaqueano”, de André Constantin. O lançamento ocorre no dia 20 de dezembro, às 19h, no Instituto João Simões Lopes Neto. Após a exibição, terá início a última edição do projeto “Diálogos na Casa de Simões” de 2008, com o diretor do documentário.
O debate terá como provocadoras a professora do curso de Cinema da UFPel Cintia Langie e da professora Paula Mascarenhas, do curso de Letras da UFPel e ex-presidente do Instituto. Após a atividade, ocorrerá o encerramento das atividades de 2008.
Sobre o filme:
Blau Nunes, o vaqueano
Patrício, apresento-te Blau, o vaqueano. Escuta-o.” O convite feito por Simões Lopes Neto aos seus leitores do futuro, na voz de Vitor Ramil, abre o documentário de 52 minutos, com roteiro e direção de André Constantin, produção e pesquisa de Geni Onzi. “Blau Nunes, o vaqueano” foi produzido no âmbito do prêmio doctv do Ministério da Cultura - em 2002. O personagem, real e mítico, de Simões Lopes Neto - Blau Nunes (interpretado por Sebastião Fonseca de Oliveira) - não aparece no documentário como apresentação do escritor ou da obra literária, mas como diálogo contemporâneo com a cultura rio-grandense. O termo “vaqueano” é um espanholismo - baqueano - que quer dizer, em uma de suas acepções, “conhecedor dos caminhos, guia”.
Trilha sonora
A trilha do documentário é de Oscar dos Reis em parceria com Ricardo Martins. Vitor Ramil faz uma participação especial em musicalização de fragmento do conto “No Manantial”, além de interpretar a voz e a busca do escritor - Lopes Neto - pela figura de Blau Nunes nas ruas de uma Pelotas atual, chuvosa, entre cenários remanescentes do apogeu econômico e cultural do sul do Estado.
Cenários
Blau Nunes percorre várias regiões do Rio Grande do Sul, em lugares que compõem os contos e lendas apresentados no filme. Entre os cenários percorridos estão o lendário Cerro do Jarau, em Quaraí, os horizontes largos de Uruguaiana, a Barra do Quaraí, as cidades históricas de Piratini e Jaguarão, cruzamentos de fronteira entre Brasil e Uruguai, as paisagens de Rosário do Sul e Bagé. A cidade de Caxias do Sul e a região dos Campos de Cima da Serra, desde o distrito de Criúva até o município de Pinhal da Serra, na divisa com Santa Catarina, têm destaque no documentário.
Personagens
Foram seis meses de pesquisa e trabalhos de campo, em várias regiões do Rio Grande do Sul, rastreando personagens, ambientes e histórias. O vaqueano Blau, condenado ao desaparecimento em um tempo de estradas de asfalto e caminhos virtuais, ainda vive, contraditoriamente, nos relatos e nas experiências de vida dos personagens do documentário. Um antigo morador dos campos de cima da serra, testemunha de uma batalha da última das revoluções sangrentas do Rio Grande; os contadores das lendas extraviadas da região fronteiriça; o menino de ascendência indígena, vagando pelas estradas - esses personagens da vida rio-grandense reinterpretam, de certa maneira, a constituição psicológica e fisionômica de Blau Nunes.
Cultura gauchesca
Do diálogo entre imaginação literária e realidade, invenção e memória, surgem traços marcantes da cultura gauchesca no documentário: o espírito combativo, a cultura da carne e do sangue, a mentalidade fatalista do amor e da vida, a moral armada de adágios. De todos os traços, fica evidente uma tensão de vida e de morte nas histórias narradas. Uma cultura sangüínea perpassa os casos de amor e de guerra, os códigos de honra, a própria arquitetura do mito do gaúcho - sua construção e sua falência.

 

Seção: Notícias