A doutoranda do Programa de Pós-Graduação em Epidemiologia da Faculdade de Medicina da UFPel Celene Longo da Silva, orientada pela professora Denise Gigante, realizou tese sobre a Síndrome Pré-Menstrual (SPM) ou TPM, como é mais conhecida. A pesquisa foi baseada em um grupo de mulheres que vêm sendo acompanhadas desde o seu nascimento, em 1982. As entrevistas foram feitas em 2007, através de visitas nas residências.
Nas visitas foram questionados 22 sintomas e as mulheres também preencheram um formulário que deveria incluir o registro desses sintomas durante dois meses. Com as informações fornecidas, foi possível constatar que a TPM não está relacionada com a idade que as meninas começaram a menstruar.
Outro resultado comparou as respostas dos 22 sintomas perguntados na primeira entrevista com os mesmos sintomas preenchidos no registro por dois meses. Essa comparação mostra que os sintomas referidos por grande parte dessas mulheres na primeira entrevista, aparecem com menor intensidade quando foi pedido a elas que preenchessem o registro no dia em que estivessem sentindo o sintoma. Isso parece demonstrar que muitas pessoas valorizam muito o desconforto pré-menstrual que sentiram nos últimos três meses, mesmo não sendo tão forte como seria esperado levando em conta a primeira entrevista.
Além desses resultados, uma revisão sobre o uso de anticoncepcionais orais como um possível alívio para TPM mostra melhora nos sintomas pré-menstruais, mas cabe destacar que a qualidade metodológica desses estudos foi baixa e a quase totalidade deles teve alguma forma de suporte financeiro de algum laboratório farmacêutico.
A tese foi defendida nesta quarta-feira(19), tendo sido a banca formada por Denise Gigante, Iná dos Santos, Mariângela Freitas, da UFPel, e Teng Chei Tung, da USP.