O Laboratório Multidisciplinar de Investigação Arqueológica – LÂMINA, integrado no Instituto de Ciências Humanas da Universidade Federal de Pelotas (Rio Grande do Sul, Brasil), tem vindo desde a sua criação a procurar viabilizar o ensino e incentivar a realização de projetos de Arqueologia multidisciplinares, capazes de fomentar a fruição e proteção do patrimônio arqueológico brasileiro, pré e pós colonial.
Dando especial destaque ao tema da Escravatura, foi a partir de trabalhos neste tema comum entre ambos os laboratórios, que nasceu a colaboração entre investigadores do Lâmina e da iDryas.
Esta colaboração é agora concretizada através da realização do Curso de Arqueologia Histórica, integrado na Pós-graduação de Arqueologia que aquela instituição oferece. O Curso ocorreu no ICH da Alberto Rosa, entre os dias 22 e 24 de outubro de 2012, com a participação de professores, alunos de graduação e pós-graduação de diversos cursos e departamentos.
No curso foi apresentado e discutido o modelo de proteção do Patrimônio existente em Portugal, focalizando-se os aspectos relacionados com a promoção da Arqueologia de Emergência e Prevenção e o contributo que esta teve no surgimento de novos contextos arqueológicos de época Histórica, nomeadamente de época moderna e contemporânea.
Foram apresentados alguns casos de estudo, com destaque especial para a escavação da lixeira moderna de Lagos onde foram depositados 157 escravos africanos entre os séculos XV e XVII. Dado que neste sítio se têm vindo a implementar um programa de investigação verdadeiramente multidisciplinar – integrando áreas tão distintas como a Genética ou a Genomática – o seu exemplo será dissecado no sentido de se discutirem abordagens metodológicas e técnicas recentes, capazes de potenciarem a análise, divulgação e fruição do patrimônio arqueológico.