É de autoria do filósofo alemão Friedrich Nietzsche a frase “a arte existe para que a realidade não nos destrua”; Nietzsche acreditava que somente a arte poderia oferecer aos homens força e capacidade para enfrentar as dores da vida. “A arte é a grande possibilitadora da vida, a grande aliciadora da vida, o grande estimulante da vida”, escreveu o filósofo.
Diferente dos lugares tradicionais, onde os indivíduos se interessam e buscam a arte por contra própria, no Hospital Escola UFPel/FAU ela exerce um papel muito importante, pois geralmente as pessoas estão no espaço por algum outro motivo e acabam se deparando com ela.
Criado de setembro de 2000, o Corredor Arte nasceu com a finalidade de humanizar o ambiente e acabou por ter infinitos objetivos, como ser considerado como uma espécie de um remédio (efeito terapêutico), levar cultura a um público que não costuma frequentar galerias de arte, além de se tornar um espaço de refúgio para os que estão dentro do hospital. É onde as pessoas, tanto pacientes, acompanhantes quanto os próprios trabalhadores, podem por um momento se desligar do ambiente hospitalar, contemplar obras de arte e ter suas próprias impressões sobre os trabalhos, sem serem influenciados ou julgados.
Para comemorar o sucesso do projeto, que no último dia 18 completou 12 anos de existência sem nunca ter parado as atividades, o Corredor Arte recebe pela primeira vez a exposição de um artista internacional. Michele Iannarella nasceu na cidade de Valva, na Itália, no ano de 1958. No final da adolescência mudou-se para a cidade de Eboli, onde frequentou o Liceu Artístico. Começou a expor suas obras em 1974 e em 1997, juntamente com outros artistas ebolitanos, fundou a associação artística “Liberart”. No ano de 2003 transferiu-se definitivamente para o Brasil, para a cidade de Pelotas, onde deu continuidade a sua atividade artística.
Na exposição “Fragilidades”, a artista Giane Casaretto explica que o tema central é a forma como as relações se estruturam na sociedade. Objetos do cotidiano, seres, formas lúdicas, coisas do imaginário, das lembranças, do viver contínuo e da nossa busca incessante, estão na obra de Michele, representadas compositivamente em paisagens oníricas, extensas na sua significação.
O artista possui extensa participação em exposições coletivas e individuais na Itália, onde recebeu dois prêmios e também uma premiação em Pelotas, no Salão da Primavera de Artes Plásticas, em 2010.
A exposição “Fragilidades” é composta por 15 obras e pode ser visitada até o dia 08 de outubro.