Coordenadoria de Comunicação Social

Universidade Federal de Pelotas

Hospital Escola realiza mais uma edição do Vida Sem Glúten

25 de Maio de 2012

gluten.JPG Nesta terça-feira, dia 29 de maio, o Hospital Escola UFPel/FAU  irá realizar mais uma edição da campanha Vida Sem Glúten, com uma palestra sobre Doença Celíaca proferida pelas médicas Dra. Carolina Carpena e Dra. Elza Cunha. O evento, alusivo ao Dia Internacional do Celíaco, comemorado neste mês, reunirá portadores da doença, estudantes da área da saúde e demais interessados.

A doença celíaca é caracterizada por uma intolerância permanente ao glúten, uma proteína presente no trigo, na aveia, no centeio, na cevada e no malte. Isso quer dizer que pães, massas, bolos, cerveja, e todo alimento que leve um mínimo de farinhas desses cereais são nocivos a quem é celíaco. A ingestão causa inflamação no intestino delgado, provocando má absorção de nutrientes, sais minerais e vitaminas e consequentemente o desenvolvimento de outras doenças graves.

A palestra é aberta ao público e será realizada no Auditório do Hospital Escola, às 18h, rua Prof. Araújo, 439.

O que é doença celíaca?

A doença celíaca é uma condição crônica que afeta principalmente o intestino delgado. É uma intolerância  permanente ao glúten, uma proteína encontrada no trigo, centeio, cevada, aveia e malte.

Nos indivíduos afetados, a ingestão de glúten causa danos às pequenas protrusões, ou vilos, que revestem a parede do intestino delgado. Esta condição possui outros nomes, tais como espru celíaco e enteropatia glúten-sensível.

A doença celíaca é considerada uma desordem autoimune, na qual o organismo ataca a si mesmo. Os sintomas podem surgir em qualquer idade após o glúten ser introduzido na dieta.

Quais são os sintomas da doença celíaca?

Os sintomas intestinais incluem diarréia crônica ou prisão de ventre, inchaço e flatulência, irritabilidade, e pouco ganho de peso. Os pacientes podem apresentar atraso de crescimento e da puberdade, anemia da carência de ferro, osteopenia ou osteoporose, exames anormais de fígado, e uma erupção na pele que faz coçar chamada dermatite herpetiforme. A doença celíaca também pode não apresentar nenhum sintoma.

Como a doença celíaca é diagnosticada?

A doença celíaca pode levar anos para ser diagnosticada. Os exames de sangue são muito utilizados na detecção da doença celíaca. Os exames do anticorpo anti-transglutaminase e do anticorpo anti-endomísio são altamente precisos e confiáveis, mas insuficientes para um diagnóstico. A doença celíaca deve ser confirmada encontrando-se certas mudanças nos vilos que revestem a parede do intestino delgado. Para ver essas mudanças, uma amostra de tecido do intestino delgado é colhida através de um procedimento chamado endoscopia com biópsia (Um instrumento flexível como uma sonda é inserido através da boca, passa pela garganta e pelo estômago, e chega ao intestino delgado para obter  pequenas amostras de tecido).

Como é o tratamento da doença celíaca?

O tratamento consiste em evitar por toda a vida  alimentos que contenham glúten (tais como pães,cereais, bolos, pizzas, e outros produtos alimentícios, ou aditivos, que contenham trigo, centeio, aveia e cevada).  Medicamentos e outros produtos também podem conter glúten. Assim que o glúten é removido da dieta, a cura costuma ser total. Apesar da dieta sem glúten parecer extremamente difícil a princípio, algumas famílias tem tido muito sucesso com ela. É possível substituir as farinhas proibidas por fécula de batata, farinha de milho, amido de milho, polvilho doce ou azedo, farinha ou creme de arroz,  farinha de araruta ou  fubá. Nutricionistas e grupos de apoio podem ajudar as famílias a se ajustar a essa dieta radical. Mesmo assim, pode levar vários meses até que elas se acostumem com a dieta sem glúten.

O que se pode esperar do tratamento?

Os pacientes podem começar a apresentar melhora 1 ou 2 semanas após o início da dieta. A intolerância à lactose causada pelo dano intestinal também diminui. Na maioria das pessoas, os sintomas desaparecem e a parede do intestino se recupera totalmente de 6 a 12 meses após o início da dieta sem glúten. Nas crianças, o crescimento  volta ao normal. Visitas regulares a um nutricionista e a uma equipe de profissionais de saúde com experiência no tratamento da doença celíaca são importantes para ajudar a manter a dieta e monitorar possíveis complicações.  Apesar de algumas pessoas serem capazes de voltar a consumir glúten sem sintomas imediatos, elas não “superaram” a doença celíaca, e não estão “curadas”. A dieta sem glúten deve ser seguida por toda a vida. <

A doença celíaca é comum?

Estima-se que 1 em cada grupo de 100 a 200 pessoas nos EUA e na Europa tenha a doença celíaca (no Brasil ainda não há um número oficial sobre a prevalência da DC, mas numa pesquisa publicada pela UNIFESP - 2005, em um estudo feito com adultos doadores de sangue, o resultado  apresentou  incidência de 1 celíaco  para cada grupo de 214, moradores de São Paulo).

Quem corre o risco de contraí-la?

As pessoas com maior risco de contrair a doença celíaca são aquelas que têm diabete do tipo 1, doença autoimune da tiróide, síndrome de Turner, síndrome de Williams, ou parentes com a doença celíaca. Você pode ter a doença celíaca mesmo sem fazer parte de um dos grupos de maior risco.

Texto traduzido de material do Centro de pesquisa da doença celíaca da Escola de Medicina da Universidade de Maryland.

Divulgado pela Fenacelbra (Federação Nacional das Associações de Celíacos do Brasil) no site www.doencaceliaca.com.br

Seção: Notícias