Estudo realizado pelo fisioterapeuta Rodrigo Dalke Meucci entre os meses de janeiro e julho de 2010, na cidade de Pelotas, entrevistou 2.732 indivíduos com 20 anos ou mais de idade e comparou a ocorrência de dor lombar crônica com aquela encontrada pelo Epidemiologista Marcelo Cozzensa da Silva em estudo realizado em 2002.
A comparação mostrou um aumento de 4% para 10% de indivíduos com dor lombar crônica. O aumento se confirmou em todos os sub-grupos (homens e mulheres, obesos e não obesos, fumantes ou não). Entretanto, nos mais jovens o número de indivíduos com dor lombar crônica quadruplicou e nos de melhor nível econômico foi mais que o triplo quando se compara 2002 com 2010.
Tanto Meucci quanto Silva apontam que as mulheres, os fumantes, os obesos, os que fazem movimentos repetitivos no trabalho e os que trabalham em posições forçadas ou incômodas estão mais sujeitos a ter dor lombar crônica. A pesquisa mostra que metade das pessoas com dor lombar crônica teve que deixar de fazer alguma atividade, 60% procuraram um médico no último ano e 20% dos que estavam trabalhando tiveram que faltar ao trabalho por causa da dor.
Este problema é, portanto, muito incapacitante implicando em altos índices de afastamento do trabalho. Assim, o aumento do número de indivíduos com dor lombar crônica, especialmente entre os mais jovens representa enormes prejuízos para os indivíduos acometidos e para a sociedade.
Segundo Meucci, a tendência de aumento da dor lombar crônica reforça a necessidade de combater a obesidade, o tabagismo e o sedentarismo. Além disso, é preciso evitar atividades que impliquem em movimentos repetitivos como o uso prolongado de videogame e computador.
A pesquisa foi desenvolvida no âmbito do mestrado em Epidemiologia da Universidade Federal de Pelotas, sob a orientação da professora dra. Anaclaudia Gastal Fassa. A defesa de dissertação será nesta sexta-feira(22), às 14h, no Auditório Kurt Kloetzel.