Um grupo de estudantes e professores do Curso de Geografia da UFPel sairá, nesta sexta-feira(16), em mais uma viagem de estudos. Sob a coordenação dos professores Sidney Gonçalves Vieira e Paulo Roberto Quintana Rodrigues, o grupo do Laboratório de Estudos Urbanos e Regionais (Leur) viajará de Pelotas para Córdoba, depois para Mendoza, na Argentina. Ultrapassando a cordilheira dos Andes, ficarão em Santiago e visitarão também Valparaíso e Viña del Mar, no Chile. O retorno está previsto para o dia 26 de maio.No Chile, o grupo visitará e assistirá aulas no Departamento de Geografia da Universidade do Chile e também no Instituto de Geografia da Universidade Católica do Chile, onde serão expostos temas sobre os locais visitados. Nas cidades visitadas, acompanhados por guias locais, serão feitas visitações aos principais pontos turísiticos e locais de interesse.A viagem faz parte de um projeto do Leur que já promoveu estudos em Buenos Aires, Montevidéu, Sacramento e nas Missões brasileiras. Outros roteiros estão na pauta dos viajantes. O Projeto Exploraçãoes Geográficas do Laboratório de Estudos Urbanos e Regionais, segundo o professor Sidney, “pretende resgatar uma tradição da Geografia, a das viagens exploratórias. Não mais para obter conhecimentos e descrições dos lugares, simplesmente, mas para avançar em descobertas possíveis, por meio de um processo de leitura crítica da paisagem. Propomos uma leitura que decomponha a realidade na sua aparência, possibilitando analisar o mundo para além dos sentidos.” Assim, se torna possível desvendar na paisagem todos os elementos imateriais que a integram, os sentidos e os desejos que ganharam forma na materialização do espaço produzido. A paisagem se revela.“Seguimos as idéias daqueles que, como nós, acreditam que a Geografia sempre teve sua identidade associada à aventura das explorações geográficas. Os novos mundos da atualidade não são mais construídos por terras nunca visitadas ou por trilhas nunca percorridas. Hoje, as explorações geográficas consistem em verdadeiras metáforas das antigas”, explica o professor. “Pode-se dizer que os mundos novos integram nosso cotidiano e que a descoberta está muito mais nas maneiras novas de olhar, relacionar e conceber. As viagens são novas abordagens das velhas formas. A Terra incógnita não cessa de ser redescoberta. A venturosa atividade exploratória não acabou, mudaram as pretensões, os instrumentos e os sentidos”, lembra o professor Sidney, citando o livro Explorações Geográficas, organizado por colegas da UFRJ. Por sua vez, o professor Paulo Roberto Rodrigues acredita ser muito bom poder compartilhar com outros essa alegria da descoberta, da viagem, do encontro, da exploração, enfim. “A intenção é de que, juntos, possamos lançar o olhar sobre as formas e os processos conhecidos, na ânsia de descobrir o oculto e desvendar mistérios até então encobertos pelas velhas formas de interpretar”, observa. Os coordenadores do projeto fazem um convite a todos os participantes, atuais e futuros: “Lancemo-nos ao novo, ao inexplorado, ao indizível e ao despercebido. Sejamos capazes de redescobrir, em um processo em que o mais importante é o espírito crítico, a busca pelos significados contidos nas entranhas de paredes e ruas. Vamos ler o mundo por intermédio da paisagem e redescobrí-lo.”