Nesta sexta-feira(28), às 16h, será realizado no auditório Jandir Zanotelli, da Universidade Católica de Pelotas (UCPel), o 3º Encontro Municipal sobre Mortalidade Infantil da cidade de Pelotas. Na oportunidade, serão apresentados aos profissionais da área da saúde e à comunidade em geral a situação atual da mortalidade infantil em Pelotas e a meta a ser alcançada em 2008. Os palestrantes são César Victora, Fernando Barros, Ana Lúcia Azevedo, Vera Schmidt, Iná Santos e Eleonora Walcher.
Como resultante dos trabalhos de pesquisa realizados em Pelotas, especialmente as coortes de nascimento e o respectivo acompanhamento dos coeficientes de mortalidade infantil, que se mantinham superiores à média do estado nos últimos anos, estabeleceu-se uma parceria entre o Programa de Pós-Graduação em Epidemiologia (PPGE) da UFPel e a Secretaria Estadual e Municipal da Saúde.
No início de 2006 houve o 1º Encontro Municipal sobre Mortalidade Infantil na cidade de Pelotas, estando presentes representantes do governo do estado, o prefeito e o secretário municipal de saúde, os pesquisadores do PPGE/UFPel e incontáveis profissionais da área da saúde representantes de todos os segmentos da rede pública e conveniada. Nesse encontro foram apresentados os resultados das pesquisas que indicavam a estagnação da mortalidade infantil no município durante a última década na faixa de 20 óbitos por 1000 nascidos vivos, superior à taxa do estado do Rio Grande do Sul que, em 2005, estava em 15 por 1000. Como meta para o ano de 2006, estabeleceu-se diminuir o coeficiente de mortalidade infantil de 20 para 15 por 1000 nascidos vivos, através de ações conjuntas entre essas instituições. Logrou-se alcançar o coeficiente de 15,5 por 1000 nascidos vivos. Para 2007, a meta era obter uma redução para os níveis do estado do RS (em torno de 13 por 1000 nascidos vivos). Chegou-se à marca de 12,3 por 1000 nascidos vivos (inferior à do estado, de 12,7).
Várias estratégias vêm sendo implementadas para o alcance desses objetivos, entre elas amplo diagnóstico da mortalidade infantil, investimento na qualidade do pré-natal, captação precoce de gestantes, auditoria de óbitos, identificação precoce das gestantes de alto risco e campanha para reduzir as mortes súbitas na infância.
Outros desafios ainda precisam ser enfrentados para que a redução seja sustentada: auditoria rápida de todos os óbitos com retorno para os hospitais e unidades de saúde, intensificar a campanha contra a morte súbita na infância, melhorar o transporte de recém-nascidos de baixo peso, racionalizar a ocupação de leitos de UTIs neonatais, coordenar as ações de diferentes programas: Prá-Nenê, PIM, PSF/PACS e Pastoral da Criança, intensificar a detecção precoce de gestantes de alto risco e continuar a investir na qualidade do pré-natal. A meta para 2008 é manter a redução da mortalidade em infatil em Pelotas, atingindo um coeficiente de 11 óbitos por 1000 nascidos vivos. O PPGE da UFPel e a Secretaria Estadual e Municipal da Saúde seguem coesos nesses novos passos.