Coordenadoria de Comunicação Social

Universidade Federal de Pelotas

Lepaarq faz intervenção de emergência no prédio do Turismo

7 de Janeiro de 2008

     fac-turismo.JPG    Em dezembro, o Lepaarq(Laboratório de Ensino e Pesquisa em Antropologia e Arqueologia) do ICH(Instituto de Ciências Humanas) uamanas) da UFPel realizou uma intervenção arqueológica de emergência, em caráter de salvamento, no pátio lateral de acesso ao prédio do Curso de Turismo. Na etapa de preparo da obra de construção da rampa para acessibilidade do prédio, foi constatado o afloramento de evidências arqueológicas históricas, remanescentes do século XIX. Este fato, comunicado ao coordenador do Lepaarq, o arqueólogo Fábio Vergara Cerqueira, determinou a realização de uma breve ação de salvamento arqueológico, inserindo-se, num plano mais amplo, nas pesquisas realizadas no âmbito do projeto de pesquisa Salvamento Arqueológico do Centro Histórico de Pelotas, que já resultou em intervenções arqueológicas, realizadas desde 2002, na Casa 8, Casa 2, Casa da Banha, Largo Edmar Fetter, beco da Biblioteca Pública Pelotense, Praça Cel. Pedro Osório e Praça da Faculdade de Direito, prevendo futuras intervenções no Mercado Público.

A realização desta intervenção, efetuada de forma acelerada para não prejudicar as obras com finalidade de inclusão social, foi previamente acertada com as pró-reitorias envolvidas (PRI e PRPD), com a Fundação Simon Bolívar e com a Direção da FCD, de modo que a UFPEL demonstrou, em um obra de sua responsabilidade, o compromisso com a preservação do patrimônio arqueológico, bem como o entendimento que as obras de engenharia civil devem respeitar a salvaguarda do patrimônio cultural.

Resultados preliminares da intervenção

A interferência no solo evidenciou vestígios arqueológicos relacionados à ocupação oitocentista do centro histórico pelotense. Com isso, o Lepaarq, que desde 2002 desenvolve estudos nessa área com o Projeto de Salvamento Arqueológico do Centro Histórico de Pelotas, intercedeu junto à Universidade pela paralisação das obras a fim de realizar os devidos procedimentos metodológicos garantindo a preservação do patrimônio arqueológico existente no local.

O trabalho desenvolvido consistiu na abertura de três poços testes de um metro quadrado para verificar o potencial da área, a distribuição espacial dos artefatos e a formação estratigráfica do terreno, ou seja, os estratos de ocupação presentes registro arqueológico contíguo à residência, bem como cobrir o resgate dos artefatos históricos.

O sítio identificado caracteriza-se por uma lixeira, ainda não é possível diferenciar se doméstica ou coletiva, cujo descarte é semelhante ao dos substratos do Casarão 2 (localizado na outra esquina), com uma pequena camada de deposição onde se sobrepõe os vestígios de ossos e cerâmica doméstica, mais característicos do início do século XIX. Isso sugere a hipótese que de que a formação do sítio seja anterior à construção do Casarão, quando ainda era um terreno baldio, alvo de descarte de lixo dos moradores de outras residências (da própria Casa 2, por exemplo).

Dentre os materiais resgatados figuram fragmentos de objetos de louça européia, garrafas, taças e outras peças de vidro e grés, também importados, junto a restos de alimentação e artefatos cerâmicos de produção local/regional. Os mesmos já foram encaminhados ao Lepaarq, onde passam pelo processo de limpeza e catalogação e logo resultarão em análises mais aprofundadas acerca de sua funcionalidade e sua relação com o contexto encontrado.

O material arqueológico resgatado será exposto no prédio no início do semestre letivo de 2008 e durante o II Seminário Internacional de Turismo e Arqueologia, que acontecerá em maio e será realizado no ICH e nas dependências do referido prédio.

 

Seção: Notícias